Respeito é a Questão

2001

Pergunta: Uma coisa que notei quando estava visitando vocês, foi que as crianças estão bem a vontade com os adultos e os chamam só pelo primeiro nome. Pode ser pouca coisa, mas sempre ensinamos nossos filhos a usar típico “O Senhor” ou “A Senhora” ou “Dona _________” ou “Seu _______”. Estou errado? Isso é ser legalista?

Talvez não muito legalista, mas isso nunca vai acontecer aqui, exceto com visitantes. Descobrimos que é impossível viver num clima de amor e confiança no qual o melhor amigo de uma criança de 7 anos talvez seja 3 a 8 vezes mais velho que ela... e ao mesmo tempo manter um sistema de castas e títulos. Quando é que ela tem idade bastante para chamar seus melhores amigos pelo primeiro nome, em vez de por um título? Seria confuso demais. Isso faz sentido num ambiente institucional, ou num ambiente desconectado, bem como no local de trabalho onde os “superiores” são tratados dessa maneira. “Com licença, Senhor, eu posso lhe fazer uma pergunta?” EU COMPREENDO que o uso de “títulos” no mundo que vive de maneira distante e não muito familiar é apropriado no dia a dia. Entretanto, no contexto da igreja Verdadeira de “cem mães, irmãos e irmãs” é completamente diferente. “Senhor ...” FAZ SENTIDO quando é usado para se referir a “desconhecidos”—mas não para família íntima. Isso não vai funcionar numa família, você sabe. É assim que seu filho pergunta algo a você? Ou sua esposa? Claro que não. RESPEITO é a questão, e é fundamental. Mas não títulos.

Nossos filhos usam esses títulos de “tratamento” com os pagãos, estranhos e figuras em posição de autoridade no sistema do mundo. Isso é apropriado em tais casos. Eu acabei de falar com uma senhora idosa em uma mercearia há alguns instantes, e a chamei de “Senhora”. Com aqueles que não conhecemos muito bem, é claro, isso é apropriado, e essas pessoas até merecem desse sinal “superficial” de respeito.

Contudo isso é muito diferente em uma FAMÍLIA viva, real.

Em uma FAMÍLIA forte, íntima e unida (como a Igreja é Chamada, Projetada e Ordenada a ser), há uma forte tendência de usar “apelidos” familiares em vez de títulos formais e a “regra” de “mantenha sua distância”. Mesmo no mundo, quando há afeição, intimidade e respeito baseados em REALIDADE, não em forma, nós não tratamos com formalismos. “Oi vó!” e outros apelidos familiares são MUITO mais comuns para uma criança de seis anos do que “Bom dia Dona Maria...”. Quanto mais próximos nós realmente somos, MENOS apropriados vão sendo os “títulos”.

Assim, não é uma questão de se “títulos de tratamento” tais como “seu”, “senhor” e “senhora”, “dona” são adequados ou não. Não é ESSE o problema. Não tem nada de “errado” com isso, em si! Mas, ao contrário, a questão é a triste distância entre pessoas que DEVEM ser, segundo a Bíblia, “mães, irmãos e irmãs” “DIARIAMENTE” juntos (1Co 12, Atos 2:42-47, Ef 2:20-22, dentre outros) ao invés de “células”, “igrejas”, “cultos” e “igrejas nas casas” que são baseados em freqüentar algo. Então, as “diferenças de idade”, os “níveis religiosos” e as “camadas sociais” e “família de sangue” (todos antiBíblicos) se formam naturalmente, o que acaba criando a necessidade de sinais artificiais de respeito, e de títulos. Nós deveríamos “vencer” o VERDADEIRO problema da formalidade e da falta da Verdade íntima diária entre Discípulos, e da dependência de “formas” e “encontros” como substitutos da Igreja e do Cristianismo Bíblicos. CERTAMENTE a questão principal não é se vamos usar ou não as palavras “Seu” ou “Senhor”! Ouvir “Sim, senhora!” de uma criança respondendo um pai ou mãe sobre uma ordem, tarefa ou correção de algum tipo de QUALQUER criança pode também ser algo perfeitamente aceitável. : )

Você já reparou que Jesus PROIBIU títulos religiosos (Mt 23) quando Ele revelou que Jeová era um PAI, e que os Escolhidos deveriam ser verdadeiramente FAMÍLIA com base em seu SEGUNDO Nascimento?

E eis aqui mais um pensamento para você:

Por acaso os mais jovens rapidamente desocupam as melhores poltronas da sala de estar quando uma pessoa mais velha entra ali? Por acaso os mais jovens falam com respeito, e fazem perguntas em humildade, nunca interrompendo de uma forma ousada do tipo “eu sei das coisas também”? Eles são quietos, gentis e sensíveis quando os mais velhos estão por perto, e no resto do tempo também?! : ) Com visitantes, eu geralmente pedirei aos mais jovens que tratem os convidados de “O Senhor” ou “A Senhora” Mas isso geralmente não dura muito porque o próprio convidado não vai querer que seja assim quando tiver provado a Vida e visto o respeito que há ali, com ou sem títulos. E, não é preciso dizer, na maioria dos casos no mundo o uso de títulos não faz nada no coração das pessoas que os usam, ou dos que são tratados por eles. É mais fácil dizer algo do que ser alguém, que é a parte na qual preferimos trabalhar, é claro. Com amor,

aosseuspes.com
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