A Escolha é Sua

17/4/2005

Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor,

escolham hoje a quem irão servir…

Josué 24:15

Ao passar a tarde, Ana começou a se sentir um pouco melhor e levantou-se para ajudar nas preparações pela casa. Ela pensou sobre como Jesus pareceria, como Ele agiria e, acima de tudo, o que Ele diria. Ela sabia de alguma maneira que reconhecer Ele como o Messias não se basearia nada em Sua aparência. Seria pelas Suas palavras. Ela tentou imaginar como outras pessoas reagiram diante dEle. Ao remoer várias perguntas, ela ouviu Ashira exclamar do outro lado do pátio—Abba!—“Deve ser eles.” Ana pensou em sua ansiosa antecipação. Ela sorriu quando viu que suas mãos estavam trêmulas e enxugou-as numa toalha ao entrar no pátio com Ashira e Jedida. Rebeca e Kitra passaram pelo portão aberto correndo em sua direção.

—Nana! Mãe! Vem vê! Abba chegou! Ele voltou! E Jesus tá com ele!

Rebeca entrou na conversa alegremente — Jesus! Lembra?! O homem que transformou a água em vinho! Vem ver!

As meninas agarraram a mão da vovó e a puxaram em direção ao grupo. Ela viu Simão e André, cada um de um lado de um homem que ela não conhecia, mas rapidamente o reconheceu como Jesus.

Ariel apareceu de trás deles—Nana! ESSE é o viajante que me ajudou no poço! Era Jesus, só que eu não sabia.—Ana nunca vira Ariel tão entusiasmada.

Kitra correu de volta para Jesus e Ele levantou-a em seus braços. Simão olhou ao seu redor e foi diretamente para Jedida. Jesus sorriu afetuosamente para Jedida, graciosamente se apresentou para a ruborizada Ashira e então foi para Ana.

—Você deve ser a mãe de Jedida! Meu nome é Jesus.

Ana ficou um pouco vermelha de vergonha e sorriu. “É exatamente como pensei.” Ele realmente não parece ser um Messias!” Mas sua alegria não tinha limites. Jesus está aqui!”—Jesus,—ela disse em voz alta—estou tão feliz de ver você.

Simão deixou Jedida por um pouco enquanto André a cumprimentava. Ele se dirigiu para o lado e embrulhou Ana em um enorme abraço.—Eu senti a sua falta também!—e com um sorriso para o lado ele adicionou—E de sua comida!

Ana, esquecendo de sua vergonha, riu dele.—Sim, querido. Tem um caldeirão enorme de sopa esperando para ser comido. Já, já vai tá pronto!

Simão deu um sorriso bem grande—Estava querendo ouvir isso.

Os cumprimentos por toda parte entre seus velhos amigos, Tiago e João, como também os outros seguidores de Jesus, atrasaram a janta ainda mais. Todos tinham muito a dizer antes da fome ultrapassar a ansiedade de conversar. Jedida partiu depressa, ansiosa por falar para Elizabete e sua família que Jesus, Simão, André e os outros tinham chegado.

Finalmente, cansados e famintos, sentaram-se à mesa baixa de jantar. Tiago, João, André e Simão estavam naturalmente bem familiarizados com o quarto e então tiveram o cuidado de não realmente se encostarem na mesa. Jesus, que aparentemente não entendera a dica, colocou o cotovelo na mesa, e quando ela se sacudiu violentamente ele deu um pulo. Seus discípulos riram.

—Ah, Mestre! Simão não avisou você sobre a mesa!—Tiago disse ainda rindo.—A mesa não pode ser tocada. É só para comida estrategicamente colocada.—Simão fez de conta que não notou, mas com os outros incomodando, ele finalmente teve que entrar na conversa.

—Sim, Mestre, é verdade. Penso que é uma boa coisa os peixes estarem mortos quando colocados na mesa, se não, até eles ficariam enjoados de tanto balançar.—Todos os discípulos caíram em gargalhadas.

Depois que se acalmaram as risadas, Jesus, não conseguindo se conter, chamou Ana—Tudo bem se eu consertar sua mesa?

Ana virou, surpresa—Claro, seria muito gentil. Essa mesa sempre foi bamba, desde que eu me lembro!—Ela quase não conseguia segurar uma risada. “O Messias vai consertar minha mesa?!”

Jesus começou a retirar cuidadosamente todos os potes que ela colocara. Enquanto homens se afastavam da mesa, Jesus a virou de ponta cabeça com uma facilidade de profissional e examinou a perna defeituosa. Ele a empurrou mais para um lado e examinou a junta onde estava solta, como se Ele conseguisse ver algo lá. Simão, um pouco acanhado, observou de perto porque sabia o que logo viria. Os outros discípulos riam e brincavam com Simão por sua falta de habilidade em carpintaria. Finalmente, Jesus retirou uma pequena bola do que se parecia com linha. O desenrolou para revelar um pedaço de rede desfiada. Ele olhou para Simão.

Simão tentou explicar—Bem, entende, Mestre, pensei que precisava de um calço, aí vi essa rede rasgada perto das margens, então…

Jesus o interrompeu, rindo—Simão, tem muuuuinta coisa que você precisa aprender. Uma delas é que uma rede não resolve todos os problemas. Para pescar, você usa uma rede. Para consertar uma perna de madeira solta de uma mesa de madeira suportada em outras três pernas de madeira, você usa um calço de madeira!—Simão riu.

—Sim, Mestre. Mas é obvio que a pescaria tem resolvido muitos dos meus problemas. Então eu pensei…

Jesus o interrompeu outra vez, claramente se divertindo—Sim, Simão, é obvio que às vezes você pensa demais e outras vezes não pensa o suficiente! Você precisa aprender a hora certa para cada um—ele piscou para os outros, e continuou—então, tem algum lugar nessa casa do pescador que posso achar um pedaço de madeira e uma faca?

—Zequi!—Simão berrou.—Onde está sua faca de esculpir?

Ezequiel tinha alegremente ficado ao lado do seu tio André desde que chegara, mas nunca tinha deixado seus olhos fugir de Jesus. Entusiasmado para poder contribuir com o trabalho de perto, ele deu um salto e pegou sua faca na beirada da janela.

—Obrigado, filho—Simão disse, recebendo a faca.—Agora vá achar madeira para Jesus.

Levou pouco tempo para Ezequiel achar uma madeira que ele tinha guardado para seus projetos de carpintaria. Ele orgulhosamente deu um pedaço para Jesus. Jesus cuidadosamente o talhou, ocasionalmente o segurando em frente do espaço vazio perto da perna para checar o tamanho. Finalmente, quando Ele tinha certeza que estava certo, empurrou o calço dentro da junta e usou o cabo da faca para martelar, fixando-o no lugar. Depois que tudo estava certo, Ele tentou mexer a perna da mesa, mas estava firme. Satisfeito, Ele virou a mesa e tentou balançá-la, mas outra vez, estava firme. Jesus sorriu e olhou para Simão.—É assim que consertamos a perna de uma mesa, meu amigo.

Simão fez uma reverência com uma gratidão exagerada—Obrigado, Senhor.

Jesus começou a recolocar a mesa da maneira que Ana a colocara.

João começou—Mestre! Espere, não guarde a faca! Não notou o portão de Simão quando entrou? Herodes Antipas deve ter ouvido aquele rangido lá em Séforis!—Os homens riram.

Tiago adicionou—E aquele banquinho bambo? E a escada frouxa? Sim, Mestre, que bom que você veio! A casa de Simão esta caindo aos pedaços!

Ana colocou algumas tâmaras e nozes na mesa enquanto Jesus, Simão e os outros se sentavam ao redor da mesa outra vez.

De repente o quarto caiu em um silêncio desajeitado ao aparecer na entrada uma figura familiar a vários deles.

—Eu ouvi alguém dizer que a casa de Simão esta caindo aos pedaços?—era Lemuel.—Estou surpreso que não foi só eu que notei isso.

Ele começou a falar algo diretamente para Simão, mas parou ao ver o rosto de alguém que não conhecia: Jesus. Mas escolheu continuar como se fosse normal ver esse tanto de gente em volta da mesa. Em voz alta ele disse—Mãe, trouxe uma vassoura nova para repor a outra que foi… queimada. Falando nisso, por que você está de pé?! Deveria estar na cama!

A alegria da Ana não podia ser entristecida por ninguém.—Eu descansei, Lemuel. Me sinto bem agora. Obrigada, pela vassoura. Você realmente não precisava me trazer mais lenha, filho!—ela riu.—Posso achar lenha sem sua ajuda, mas prometo não usar minha vassoura nova! Ela não queria que a amargura de Lemuel estragasse esse momento de alegria.

Lemuel não riu. Ele virou-se e cumprimentou Jesus cordialmente, sentando-se à mesa. Ana suspirou. Ela podia perceber que ele preferia estar em algum canto remoto no Extremo Oriente agora. Mas formalidades ditaram contrariamente. Lemuel jogou uma noz em sua boca, tentando parecer relaxado.

Jesus acenou um cumprimento a Lemuel. Ele estava prestes a dizer algo quando Jedida entrou rapidamente, tentando discretamente pegar a atenção de Ezequiel—A cabra fugiu de novo!—Ezequiel saiu para perseguir o animal rebelde.

Lemuel olhou por cima do seu ombro para ver Simão correr para fora para ajudar também. Percebendo uma oportunidade com Simão fora do quarto, Lemuel virou de volta para Jesus.

—Você já conheceu Jerede? Ele é o filho mais velho de Simão. Não, você não teria encontrado Jerede ainda. Ele ainda está trabalhando. Ele tem tomado a responsabilidade do negócio de pescaria agora que seu pai… o abandonou.

Os discípulos na mesa endureceram.

Lemuel estava claramente desafiando Jesus. Ana percebeu e sentiu seus joelhos desmoronarem com a rudez, bem como a audácia. Jesus reconheceu o desafio também. Mas Ele fez algo estranho. Ao invés de responder a Lemuel diretamente Ele olhou bem nos olhos de Ana. Seu olhar intenso a segurou fascinada.

—Pedro tem escolhido o caminho certo.

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