Uma Conversa Bem Prática na Sala de Estar

2001

Aqui vão algumas coisas gerais (mas não universais) práticas de lembrar sobre criar filhos e sobre seu desejo de manter os padrões e a vida de Jesus... Lembrem-se, estas perguntas e reflexões são de pessoas que JÁ estão andando diariamente umas com as outras—que JÁ vivem como família.

É Mais Como Uma Arte

Criar e disciplinar uma criança é mais como uma arte, não simplesmente ciência! Cada criança é diferente, e, como você vai ver, à medida que pede a Deus para conhecer Seu pensamento naquele instante, existem coisas a considerar de uma idade para outra, de uma personalidade para outra, de uma criança para outra e de um dia para o outro. Uma maneira de tratar pode funcionar com uma criança, mas não com outra. Um olhar severo pode derreter uma criança, ao passo que outra criança pode usar a vara incontáveis vezes e ainda manter um olhar duro. Criar filhos É uma arte—requer criatividade, atenção e achar a solução certa, mas NÃO use isso como desculpa para meios-termos! ENCONTRE as soluções e MANTENHA o PADRÃO! A parte que é “ciência” na criação de filhos no Reino é ensinar a nossas crianças que “de Deus não se zomba, você VAI colher o que plantar.” Este comportamento, esta atitude, este egoísmo, este “traço” que não for como Jesus terá conseqüências! A criança precisa ser treinada para entender que más sementes produzem maus frutos e, semelhantemente, que boas sementes produzem bons frutos. Eu preciso ensinar a meu filho que ele colhe o que planta! No entanto, cada dia é diferente e cada criança é única.

É aqui que entra a arte. Se minha filha está com o sono atrasado, com fome e reclamando de tudo, por compaixão eu vou querer aliviar a situação dela, mas eu ainda preciso ensiná-la que o mundo não gira ao seu redor e que reclamar NÃO é como Jesus! Eu não abrirei mão de Jesus como o padrão a quem comparo minha vida e a vida de minha filha. Eu desejo um relacionamento verdadeiro com Ele. Eu desejo que minha filha tenha um relacionamento verdadeiro com Ele. O pecado vai obstruir nossa habilidade de ver e ouvir Jesus. Então, tratar do pecado é absolutamente necessário. A Arte está em como nós passamos isso de criança a criança, de situação a situação. Isso exige criatividade, ouvir o Espírito de Deus, ajudar uns aos outros dia após dia... Não há respostas prontas! É uma arte. É uma aventura!

80% Afirmação

Se for observar aquilo que mais o levou a obedecer, é provável que tenha sido a afirmação e ternura do amor de Deus para você. Quão preciosos são Seus lembretes de que Ele está do seu lado, de que o ama apesar de você mesmo, que você acertou esta vez e que você deixou Ele contente. São estas as coisas que o impulsionaram com maior rapidez e mais além no caminho do amor e da obediência, mais do que quaisquer outras, certo? Isso tanto é Bíblico como também parte de sua experiência. Bom, o mesmo vale para as crianças. A educação delas provavelmente deveria ser uns 80% de afirmação, elogios e “prepará-los” para o sucesso, e 20% de disciplina. A maioria das pessoas diria provavelmente 60% de disciplina e 40% de afirmação, mas na verdade deve ser algo em torno de 80% de afirmação. Isso não quer dizer que precisamos disciplinar menos... mas precisamos estar AFIRMANDO muito mais!! Lembrem-se: “Você colhe o que planta.” Bom, isso também se aplica à boa semente!!! “Muito bem, assim mesmo, você conseguiu! Você obedeceu!!!” Não é fácil perceber isso ao treinar um animal?! Você não apenas bate nele quando faz algo errado. Quando ele obedece, você elogia, dá petiscos e brinca com ele: “Muito bem!” É fácil ver isso nessa situação. Quanto mais nós deveríamos ser amáveis, encorajadores e estar confirmando as boas ações dos nossos filhos!!! : )

Mães... Cuidado Com Isto : )

As mães tendem a ser mais benevolentes e exigir menos do que deveriam de seus filhos. Nem sempre, mas você precisa saber e considerar isso em seus pensamentos. Você talvez espere ou exija do seu filho cerca de 20% menos do que ele realmente é capaz de fazer ou de alcançar. Ou, para dizer de outro jeito, aquilo que você acha que ele pode fazer ou alcançar—ele provavelmente pode alcançar 20% A MAIS! Isso vale tanto ao aplicar disciplina como simplesmente para suas expectativas básicas do que uma criança pode fazer. As mães em geral se acomodam por muito pouco.

E mais, por causa da natureza feminina, emocional e às vezes hormonal, quando surgem coisas que envolvem seus filhos, é provável que reajam, superprotejam e acabem aceitando bem menos do potencial deles. Se você é dessas que são facilmente carregadas por reações emocionais: PARE! Seja honesta. A pessoa que está mostrando alguma coisa em sua vida ou na do seu filho NÃO DISSE: “Você é um fracasso total e nunca faz nada direito e...” Esses são os pensamentos exagerados, super-reativos e fora de proporção que saltam de emoções que estão fora de controle. “Você sempre... você nunca... você estragou tudo...” PARE! Freie seus pensamentos e seja honesta. Se você está escutando pelas emoções, as coisas ficarão bastante fora de proporção e você vai perder de vista a intenção que é construtiva, produtiva e de ver cura!

E Pais...

Na maioria das situações diárias, os pais não ficam com seus filhos tanto quanto as mães ficam. Então, quando o assunto é disciplina, os pais podem se sentir como alguém que normalmente não faz a comida entrando na cozinha para preparar uma refeição. Já tentou preparar comida numa cozinha quando não sabe onde as coisas estão, onde o ambiente não é familiar? Isso pode fazê-lo se sentir estranho e não muito seguro de si. Bom, para os pais às vezes é desse jeito com a disciplina. Como eles não têm tanta experiência “momento-a-momento” com a disciplina dos filhos, podem não ser tão familiarizados com alguns dos sutis problemas e atitudes. Não é que sejam necessariamente “fracos” na área de disciplina com os filhos, é mais pela natureza de seu menor envolvimento que os pais podem ser supercompassivos ou simplesmente deixar de enxergar o que está em jogo com a mesma rapidez. Outra vez, não é porque eles são fracos ou não têm um coração para isso... é simplesmente que não têm tanta experiência. Por isso, pais, vocês precisam ter consciência disso e decidir se envolver.

Pergunta: Às vezes quando estou com outras pessoas e meu filho se comporta mal, ou mostra uma “atitude ruim”, de repente me sinto como se estivesse sendo vigiado para ver como vou lidar com a situação. Sinto como se estivesse num palco, sendo analisado ou coisa parecida. Por que é assim?

Bem, de certa forma você está sendo vigiado. De certo modo é nossa tarefa, não é? Não quero de nenhum modo dizer que somos “polícia” uns dos outros. Mas porque nos amamos uns aos outros, não é nosso trabalho compensar os pontos cegos uns dos outros? Não é isso que faz parte de andar em sensibilidade ao Espírito—prestando atenção ao cerne das coisas, percebendo coisas e reagindo a elas juntos? Naquelas situações quando surge algum assunto com seu filho ou seja o que for, você deve esperar que os outros tenham alguma contribuição a dar, e acolhê-la positivamente. Se estiver vendo isso direito, você, é claro, será grata pela contribuição. Você quer o padrão de Jesus e você precisa dos olhos e ouvidos dos outros. Você precisa dos dons daqueles ao seu redor à medida que se esforça de coração, mente, alma e forças para honrar a Jesus, certo? Se somos “batizados no Espírito”, então, por definição, nós dizemos: “Eu preciso de você!” de acordo com o apóstolo Paulo (1Co 12).

Agora, uma coisa que pode acontecer com você em situações como essa é que você pode se ver ficando paranóica e olhando por cima dos ombros o tempo todo. Se você começar a se concentrar no seu “desempenho” ou no “comportamento” de seu filho, em vez de encontrarem Jesus juntos, você vai ficar paranóica. Você vai começar a querer saber o que todo mundo está pensando, e normalmente você vai assumir que eles estão pensando o pior. Então você vai se pegar reagindo ou fazendo as coisas a partir do que você acha que eles estão achando. Este tipo de resposta NÃO é aceitável, mas pode ser facilmente contornada. Se você tem a disposição de andar na luz e quer receber a ajuda dos outros, você ainda pode receber a sabedoria de Deus sobre sua situação, e provavelmente você até descobrirá, mais na frente, quão ridícula era sua “paranóia” diante do Amor do Corpo. Essas pessoas te AMAM e você nota isso nelas todos os dias! Se todos estivessem apenas “freqüentando” algo, isso não iria fazer o menor sentido. Mas quando se vive do jeito que Deus disse que uma igreja deveria viver, vidas entrelaçadas umas nas outras em amor, então isso tudo é tão natural como em qualquer relacionamento familiar. É quando as pessoas que NÃO vivem diariamente como família começam a brincar com essas coisas que os problemas aparecem. Quando o modelo é defeituoso, existem vários versículos que você simplesmente NÃO PODE obedecer porque o contexto de “igreja” é anti-Bíblico e errado.

Pergunta: Qual seria uma má reação quando alguém recebe ajuda sobre a criação de seus filhos (ou qualquer outra coisa)?

Talvez, num lugar onde eles não “O conhecem, todos, do menor ao maior” e onde há “fermento na massa” ou imaturidade precisando ser resolvida, fosse algo tipo... “Bem, eu já entendo isso, não preciso da opinião deles. Estou com tudo sob controle.” Você se empaca e assume que tudo está sob controle. Talvez seja por causa de orgulho. Talvez seja por causa de idolatria de seus filhos, ou do seu próprio modo de fazer as coisas. Por arrogância, idolatria ou ignorância, você se isolou contra qualquer ajuda e contra os dons dos outros. Esta é uma PÉSSIMA idéia.

Pergunta: O que devo fazer se preciso deixar meu filho com alguém, mas não quero que essa pessoa o discipline?

Bom, supondo que estamos falando de uma pessoa confiável, você precisa dar a quem vai cuidar seu filho as ferramentas adequadas para o serviço. Você precisa se lembrar que nosso objetivo é ensinar a nossos filhos que, em qualquer área, em tudo, JESUS é o padrão. Isso significa que comportamento desenfreado, egocentrismo e “atitudes” do coração não podem ser tolerados. Haverá conseqüências. Se eu os deixo em situações onde o padrão é diferente, eles aprenderão a tirar vantagem disso. Por exemplo, seu filho pode descobrir que a mamãe tem medo de discipliná-lo no supermercado... então o supermercado se torna um “parque de diversões”, onde ele faz o que bem quer, e onde ele pode escapar impune. Outro exemplo é quando uma criança pode aprender: “Com esta pessoa que cuida de mim eu não escapo de nada... mas com aquela outra, sim”. Então, ele vai testar mais aquela outra pessoa e empurrar os limites do que ele pode fazer sem receber correção. É trágico, mas é isso que vai acontecer se educarmos nossos filhos para pensar e agir mostrando que não mantemos o padrão elevado e em vigor onde quer que estejam.

Pergunta: Na prática, o que isso quer dizer?

Bem, se você deixa seu filho com alguém, aqui estão algumas ferramentas que você também pode deixar com essa pessoa. A pessoa que vai cuidar de seu filho deve ser informada das coisas com que você já está trabalhando e pelas quais você disciplina seu filho. Você pode dizer: “Estas são as coisas que eu já estou tratando com esta criança, e é assim que eu estou lidando com elas. Portanto eu gostaria que você tratasse delas do mesmo jeito, com a mesma disciplina. Se a transgressão nº 1 acontecer, é assim que eu faço, e quero que você faça do mesmo jeito. Se o problema nº 2 aparecer, é assim que eu decidi lidar com ele. Por favor, faça o mesmo.” E assim por diante. E se existem áreas na vida de seu filho em que você ainda não está muito firme, em humildade admita isso também. “Estou começando a perceber essa outra questão, mas ainda não estou certa de como lidar com ela, então não estou realmente fazendo nada. Portanto, eu não quero que você faça coisa alguma também... MAS, será que você poderia ficar de olho para mim?” Quando você retornar, pergunte à pessoa como as coisas correram. Descubra: “Isto aqui aconteceu? Você fez isto? E sobre aquela outra situação que eu mencionei? Você viu alguma coisa? Você tem alguma pista para me dar sobre o cerne disso? Alguma idéia de como eu devo reagir?” Você não abaixou o padrão fazendo assim, e seu filho está recebendo uma mensagem de consistência.

Pergunta: E se for o caso em que há um irmão ou irmã com quem eu não me sinto confortável para deixar os filhos?

Bom, haverá algumas situações como essa... MAS, isso significa que você precisa encontrar uma solução!! Por que você se sente desse jeito com aquele irmão ou irmã, e o que você está fazendo para mudar isso???!!! Você NÃO DEVE simplesmente se esconder atrás de sua “opinião” e “não mexer um dedo” para libertá-los, se estiver certo em sua avaliação sobre eles. Nossas vidas NÃO são: “Eu sou apenas uma mãe com alguns bons amigos Cristãos (e confio nestes três mais do que confio naqueles outros três, mas somos todos Cristãos andando juntos)!” DE JEITO NENHUM!!!! Nossas vidas TÊM a ver com sermos transformados juntos numa bela e imaculada Noiva. “Lutando para apresentar CADA homem perfeito em Cristo”, sem nunca dizer: “Eu não preciso de você!” “Cuidem, irmãos, que NENHUM de vocês tenha um coração incrédulo.” Você acaba de descrever uma situação em que você tornou ciente de algo que precisa ser colocada na luz. Há uma razão para sua hesitação em confiar seu filho a essa pessoa. Trabalhe nisso. Ore, jejue, arrume “ferramentas para obras de serviço”, resolva. Quando esses pequenos pontos de interrogação surgirem em sua mente, importe-se o suficiente para fazer alguma coisa a respeito. É sobre ser FIEL. Vemos coisas. Sentimos coisas. Consideramos se é assim ou assado. E seja Fiel e faça alguma coisa. Não deixe que aquelas “coisinhas” terminem escapando. Importe-se o bastante para ajudar a abrir as portas para sarar e para soluções, e crie condições para remover de uma vez as coisas demoníacas. Isso tudo é muito maior do que simplesmente tentar arrumar o “melhor” cuidado para seu filho!! Isso pode ser a porta para aquela conversa que você quis ter três anos atrás. “Você pediu para cuidar do meu filho, mas eu preciso tentar expressar algo a você...” Talvez, possivelmente, isto seja aquela porta que você estava esperando para uma abertura na vida dessa pessoa.

Conhecer Deus mais e ser uma pessoa mais madura não vai acontecer se simplesmente ler algum livro sobre um assunto mais profundo com uma outra pessoa. Isso acontece por meio de situações práticas onde você precisa encarar a dor, a angústia e o desafio, e onde você decide atravessar isso com bondade e paz... a morte de si mesmo... e humildade... amando os outros e glorificando Ele. Quão grandioso nosso Deus é! Essas situações bastante práticas são feitas para servir de portas que levam para mais Vida, Frutos, Cuidado e Compaixão pelos outros. Consegue ver? Boas Notícias!!... Você NÃO recebeu essa criança só para seu divertimento. Você tem muito para aprender. E essa criança foi dada a você não apenas como um presente maravilhoso e uma responsabilidade, mas como uma ferramenta de mudança na sua vida e na vida dos outros à sua volta. Certas situações com nossos filhos podem simplesmente abrir algo que nós nunca teríamos visto de outro modo em nossos corações, ou no coração de outra pessoa.

Quanto da disciplina, educação, criatividade e paciência do Pai você aprendeu através de suas experiências com seus próprios filhos? Quanto você aprendeu sobre o maravilhoso amor do Pai através da experiência de amor pelo seu filho? Você consegue perceber que é uma experiência do tipo de amor que você pode (e deve) ter pelos outros—igualmente profundo, afetuoso, terno e paciente?

Pergunta: Talvez seja coisa minha, mas sei que há momentos para as crianças ficarem quietas e terem respeito pelos adultos, e serem conscientes do “assunto” mais importante acontecendo ao seu redor. Às vezes eu estou em alguma situação onde as crianças estão meio que brincando, rindo e sendo um pouco engraçadinhas, e fico tentando discernir onde está o limite destas coisas... ou será que vale aquele velho ditado: “Crianças devem ser vistas, mas não ouvidas”?

De jeito nenhum!! Existem arco-íris, florestas e tesouros escondidos dentro delas que devem ser descobertos e aproveitados!!! Não tenha medo de deixar as crianças serem criativas, brincarem e darem suas risadinhas, e até de pularem em cima das almofadas do sofá de vez em quando (por que não pular junto com elas? : ))! Não estou dizendo para simplesmente deixá-las fazer isso toda hora que quiserem. Elas precisam saber que existe hora e lugar para essas coisas. Mas também não faça uma lei de ferro para cada coisa e detalhe. “Você nunca deve puxar as almofadas do sofá.” “Você precisa ficar quieto o tempo todo.” Você vai esmagar e asfixiar tanto a criatividade delas tanto que nunca serão capazes de deixar sair todos os dons e coisas para os quais elas têm potencial. Eu não defendo anarquia (ausência de governo) NEM um regime militar.

Fazer isso bem feito exige boa LIDERANÇA. Isso nos leva de novo ao fato de que esta coisa chamada educação de filhos é uma arte. Eu não quero deixar o “motor” de uma criança funcionando em rotação tão alta que fica sem controle, mas também não quero desligar seu motor. Isso também não quer dizer que não vou “acelerar” o motor dela ou “regulá-lo”, por assim dizer. Tenho que encontrar a diferença... momento a momento, criança a criança e situação a situação. Isso exige boa liderança. Mas com boa liderança você pode dar às crianças oportunidades para expressarem a si próprias e explorar, criar e descobrir as coisas. E com boa liderança elas vão desabrochar, crescer e derramar tesouros e todos nós vamos nos beneficiar disso... Então, deixe que elas escorreguem lá de cima pelo corrimão da escada de vez em quando, tá?!! : )

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