Uma Revelação de Cristo
29/7/1994
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”
Respondeu Jesus: “Bem-aventurado é você, Simão, filho de Jonas! Pois isto não lhe foi revelado por carne nem sangue (ser humano), mas por meu Pai que está nos céus. E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la”.
**Pergunta: “Muitas vezes a solução para algo que alguém está passando é: ‘Ele precisa de uma revelação mais clara de Jesus.’ Ouço esta frase sendo usada, mas não tenho certeza se entendo tudo que ela significa. Você poderia esclarecer isso um pouco? E será que podemos acelerar este processo de expandir a nossa revelação de Jesus em nossas vidas particulares (ver Ele mais claramente)? Como podemos ajudar uns aos outros nisso?”
Vamos conversar sobre isso, pela Graça de Deus. Realmente há poucos, ou até mesmo nenhum assunto tão importante quanto esse. Entender e viver essas coisas são essenciais para o Trabalho de Deus em nós e na Sua Igreja, assim como no mundo. O que poderia ser mais importante? Talvez algumas outras perguntas sejam: Quais são as conseqüências de alguém ter a capacidade de “ver Aquele que é invisível”, de Conhecer Cristo, mas se recusar a isso? Qual deve ser a nossa atitude para com alguém que é lento em achegar-se a Cristo (aqueles que estão no meio do caminho, entre a vida e a morte, sem se apoderar de nenhum dos dois)? E se alguém “deliberadamente se esquece”, como Pedro disse? Ou, como Paulo colocou: “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças”; e ainda, se alguém pudesse prosseguir com Deus, porém decidisse que não vai fazer isso? E se Deus ofereceu uma revelação de Si mesmo a uma pessoa e ela “deliberadamente se esquece” Dele, evidenciando isso em sua maneira de viver?
Deixe-me voltar um pouco para definir o termo “Revelação de Cristo”. Jesus disse que esta é a rocha sobre a qual tudo mais deve ser construído. As portas do inferno precisam ser derrubadas. E se o domínio de satanás, seu império de autoridade vai ser destruído na vida de uma pessoa ou de uma comunidade, vai ser porque construímos com pedras vivas no Alicerce Correto. Jesus disse que a única Fundação Sólida que permanece e contra a qual satanás não pode resistir é esta: Uma revelação de Jesus o Filho, no homem interior, que carne e sangue não revelaram—mas que o Pai tem revelado. Resumindo: Se não “vermos” Jesus por nós mesmos, não temos nada. Até Pedro e os outros “disseram” que sabiam sobre Jesus ser o Filho de Deus antes de o Pai revelar isso ao coração de Pedro (Mt 14:33). Mas para Jesus isso não quis dizer nada até que viesse do Pai (Mt 16:16-18). Se o próprio Pai não nos mostrou Jesus de forma miraculosa, então não temos nada. Se não temos achado Jesus, visto Ele no homem interior com “os olhos do coração”, então não é o que Deus tem para nós. Ele não pode e não vai construir a SUA igreja com nada menos do que Pedras Vivas, pessoas que O conhecem no homem interior. Essa sempre foi a profecia da Nova Aliança que Ele estava fazendo com o homem (Jr 31:31-34; Ez 36:25-27)! A construção feita com Revelação é o único tipo de construção que o Pai aceita. Precisa ser uma ligação real no céu—ou então não é cristianismo verdadeiro. Mera forma religiosa não tem nenhum valor a longo prazo e as portas do inferno hão de prevalecer, com o passar do tempo, contra aquela vida e tudo que for construído sobre ela. “Sobre esta rocha de revelação, este abrir dos olhos do coração que vem direto do Pai sobre Quem Eu sou, sobre esta firme Fundação—Eu construirei Minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. O que é esta rocha? É a revelação de Jesus como sendo o Cristo de Deus e “o Filho do Deus Vivo”. É, como Paulo falou, uma visão interior das “riquezas insondáveis de Cristo” e o praticar (“administração”) dessas riquezas insondáveis de Cristo nas nossas vidas diárias (Ef 3:8-11). Tudo isso é MUITO importante. Até “os anjos anseiam observar!”
Vamos nos aventurar para dentro do lado prático destas coisas—a “administração” das riquezas insondáveis de Cristo. Lembre-se, entretanto, que esses tipos de perguntas e a aplicação de quaisquer respostas que possam aparecer SÓ SE APLICAM REALMENTE aos poucos que PODEM aplicá-las. Somente aqueles que estão diariamente envolvidos nos Interesses de Deus, no meio do Povo de Deus, andando entre eles como família, podem aplicar essas coisas. Nada disso vai fazer muito sentido num contexto definido por programas e cultos pré-programados. Só fará sentido para aqueles que estão lutando pelas almas de homens e pela maturidade deles em Cristo, e isto de uma maneira diária, “de casa em casa”, “com lágrimas”. Você faz parte de um grupo de Fiéis onde a essência da vida é uma devoção diária de um pelo outro e de todos por Jesus, “do menor até o maior”?
“Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias continuavam a reunir-se nos [pontos públicos]. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.”
Essa é a descrição de uma vida normal quando provém de Jesus. Se você está, assim como Jesus e Paulo, “sofrendo dores de parto até que Cristo seja formado” em Seu Povo, então talvez isso possa encorajá-lo e equipá-lo para um serviço frutífero de Jesus. Se sua paixão é a preparação de Sua Noiva para tornar-se um “jugo igual” com Ele, talvez seja animador saber que outros estão vivendo desta maneira diariamente com os santos e que estão vivos para contar a você! Eu espero que Atos 2:42-47 seja uma descrição da Jornada de sua igreja ou comunidade, pois Jesus merece. Continuando com a aplicação prática…
Vamos dizer que vemos a vida de alguém que é religioso, de um lado comprometido, porém parece que nunca consegue captar essas coisas. Parece que está sempre vagueando entre conceitos, idéias, movimentos e crenças. Suas convicções são superficiais. Há um tom de verdade nas coisas que diz—as palavras estão corretas, mas não passam um senso de plenitude. As palavras não refletem a sua realidade interior; são apenas palavras que ele diz. Está jogando idéias para o alto para ver o que acontece. Hoje faz as “coisas certas”, mas amanhã talvez faça ou fale algo completamente estranho para Deus. Por que a incoerência? Por que a falta de percepção? Porque não teve uma revelação de Cristo. Palavras emprestadas, mesmo em sinceridade, são diferentes de uma revelação que veio do Pai, ao invés do homem.
Considere agora uma outra pessoa, que está vivendo um tipo de vida mundana, perambulando entre a diversão, ponderações intelectuais, idolatria da família, entre isso e aquilo e aquilo outro. Ela pode facilmente ser seduzida pelo amor ao dinheiro, diversão, literatura mundana, arte ou pelo pôr do sol. Parece ter energia para todo tipo de coisa e não tem para Jesus. Tais pessoas não têm um “coração singular” e não “vivem para Aquele que por elas morreu” e nem “Nele vivem, se movem e existem”. Ao invés disso, Jesus parece ser uma coisa a mais em suas listas de coisas importantes—talvez até o primeiro colocado, mas Ele não é o “tudo em toda situação”. Suas afeições estão investidas em outros lugares—no entanto são pessoas boas que basicamente crêem em Deus. Como isso pode ser? Elas não estão vivendo numa revelação de Cristo. Portanto, as portas do inferno estão prevalecendo em suas vidas. O domínio de satanás tem invadido o território que é, por direito, de Jesus. Geralmente dá para olhar para trás e ver que a raiz do problema é como Jesus falou, ainda não tiveram uma revelação de Cristo (talvez tivessem uma, porém que carne e sangue revelaram).
Para uma pessoa que viu Deus face a face em seu coração e espírito, será muito difícil (digo até quase impossível) dar as costas para esta Revelação de Jesus em sua vida. Talvez sofram um retrocesso; irão falhar em certas áreas de suas vidas; coisas diferentes talvez possam se infiltrar e diluir a Vida, às vezes. Pode haver momentos de vacilação. Mas se, depois de um tempo, derem uma olhada a si mesmas, irão se ver sempre progredindo. Em algum lugar do coração e da vida estão crescendo e estão até aprendendo com suas falhas. Uma pessoa que foi alcoólatra me disse que o alcoolismo progride até quando a pessoa pára de beber. Esse homem citou exemplos de amigos que provaram que essa teoria é correta. Se os seus amigos que tinham parado de beber há dez anos voltassem a beber, o problema seria pior do que se tivessem continuado a beber todos os dez anos. O mesmo é verdadeiro no lado oposto, na realidade espiritual, se uma pessoa *realmente* viu Deus e O encontrou, talvez possa se atrapalhar durante certo período, mas sempre haverá progresso em sua vida. Ela até aprende com suas próprias tolices. Aprende com sua falta de ligação com Deus. Ela sente o peso do fato de ter uma vida fétida, terrível, deplorável e miserável à parte de Deus, e se sentirá mais e mais convicta da necessidade de permanecer em Cristo, mesmo quando não está. Ela irá nos surpreender com a maneira como defende Deus e compartilha Jesus com outros, mesmo quando ela mesma não está indo muito bem! Em sua própria agonia e rebelião, ela ainda sabe que Deus é a única resposta. Dá para ver o relacionamento com Deus progredir de certo modo, embora o fruto externo esteja ruim. (Se alguém intencionalmente “crucifica de novo o Filho de Deus” pensando que, mesmo assim, um dia irá recuperar-se disso, então não é um verdadeiro Crente. Eu não estou falando de alguém que é presunçoso sobre a “graça de Deus”, mas de alguém que diria como Paulo: “o que eu faço—EU ODEIO!”) Até aqueles que estão operando de maneira falha estão crescendo—isto é, se já tiveram uma revelação de Cristo.
Se uma pessoa ainda não achou Deus de verdade, ela só tem uma forma de piedade. Se ela achar uma religião sobre Deus, mas não ficar conhecendo a pessoa de Deus, então a descrição acima não vai ser verdadeira. Ela vai ter conceitos emprestados dos outros e as suas falhas vão derrotá-la. Sempre vai tentar montar esse quebra-cabeça chamado “vida cristã” com muito esforço, mas com resultados marginais.
Essa é basicamente a história do cristianismo nos últimos dois mil anos. Muito trabalho foi feito com retalhos, nada realmente baseado num relacionamento verdadeiro com Deus. Infelizmente grande parte do cristianismo tem sido um sistema de crenças ao qual devo aderir, uma consciência culpada buscando alívio, uma opção de carreira para os ambiciosos ou uma série de outras coisas.
A realidade é esta: Jesus disse que não há igreja de verdade se não for construída primordial e completamente numa revelação do Cristo de Deus. Não há nenhum relacionamento com Deus e homem que seja real, verdadeiro e sustentável se não for construído sobre uma revelação de Jesus. Não pode ser algo que um homem injeta no outro com palavras, estudos Bíblicos, reuniões de oração ou qualquer outra coisa. É algo que cada um de nós deve achar com o próprio Deus. Precisamos nascer, “não por descendência natural, nem por decisão humana, ou pela vontade de um marido, mas nascer de Deus”. Com qualquer outra coisa que seja menos do que isso, as portas do inferno hão de prevalecer.
De vez em quando surge um homem ou mulher que tem um impacto tremendo no planeta terra num tempo bem curto. Vou usar como exemplo um homem do século 19, embora haja outros. Este homem foi para a floresta e disse: “Eu não vou sair daqui até achar Deus”. A razão por que este homem teve uma influência sobre meio milhão de pessoas é que ele levou isso a sério. Esta era sua atitude. Ele foi para a floresta e começou a clamar a Deus. Em dado momento ele teve a sensação de que talvez houvesse alguém na floresta observando-o e escutando o que ele estava falando. Ele ficou envergonhado em pensar que talvez fosse parecer tolo e então parou de clamar a Deus. E aí algo dentro dele disse: “Não! Eu não vou desistir agora! Qual o problema se um mero mortal de carne e sangue, 98% água e carbono, me escutar falando com o Deus imortal? Problema dele, não meu!” E então levantou sua voz outra vez a Deus, sem receios.
É este tipo de atitude que Deus honra. Sem este tipo de atitude estamos simplesmente brincando com nós mesmos. E essa brincadeira nos fará miseráveis. Ir só metade do caminho com qualquer coisa que tem a ver com Deus é um grande erro. Somos de todos os homens mais infelizes se redamos só um pouquinho para algo que tem a ver com o Deus da Eternidade. O tolo que começa a sua torre e constrói só até a metade não fez mais do que levantar um monumento à própria tolice para o mundo inteiro ver. Teria sido melhor se ele nem começasse. “Quem dera você fosse frio ou quente! Assim porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca!”
O que estou dizendo é isto: *você* sabe se realmente já encontrou Deus ou se está simplesmente debatendo coisas *sobre* Deus na sua mente que são só conceitos e coisas distantes feitas *para* Ele. *Você* sabe se já fez sua habitação verdadeira no Pai, Filho e Espírito Santo. Você sabe se o Espírito verdadeiramente testifica com seu espírito “Aba!” O Espírito de Deus tem derramado o Seu amor no seu coração de maneira inexplicável—ou é algo que você só vê como uma idéia ou um alvo? É simplesmente um conceito ou uma experiência atual—tão real que nem precisamos ler sobre ela nas Escrituras (já que nós também estamos compartilhando a mesma experiência que Paulo descreve)? É real, ou será que estamos simplesmente nos esforçando para colocar todas as peças no lugar certo e fazer aquilo que um bom Crente faz?
Provavelmente ninguém iria dizer com todas as letras que você ainda não teve uma revelação de Deus, mesmo que haja consideráveis evidencia em contrário pela maneira como você vive. Mas *nós* podemos saber se já encontramos Deus pessoalmente ou se estamos simplesmente participando de atividades religiosas. Não importa o quão biblicamente correto você possa estar ou bem-intencionado, nós *sabemos* se já achamos Deus, Ele em Pessoa, ou somente coisas sobre Deus.
O antídoto para não ter encontrado Ele começa com honestidade—”bem-aventurados os pobres de espírito”. Precisamos começar com um reconhecimento diante de Deus como teve aquele homem na floresta. Não sabemos nada e nada somos. Leia Romanos capítulo 1 ao 3 e considere que Deus está falando a VOCÊ. E então estará pronto para o Poder de Romanos 6 e 8. O homem ao qual nos referimos anteriormente, que veio mudar mais de meio milhão de vidas, era um líder de uma igreja. E, de acordo com os padrões do mundo religioso, tinha muitas coisas boas para oferecer. Era um advogado com um grande intelecto, conhecia as escrituras de trás pra frente, mas teve a honestidade de dizer: “Eu não conheço Deus”. Ele também foi honesto com as pessoas ao seu redor mesmo que aquilo fosse doer. Por exemplo, ele ia para as reuniões de oração da igreja da qual fazia parte e, ao fim delas, de pé, dizia: “Vocês estão perdendo seu tempo. Estão jogando orações para o ar. Já faz um bom tempo que faço parte daqui e não vejo estas orações sendo respondidas. Tudo isso é uma brincadeira”. Ele foi honesto desse jeito com as pessoas ao seu redor e consigo mesmo. Ele não iria entrar nessa brincadeira. Ele tinha que ter realidade ou não queria nada com aquilo.
É esse o tipo de atitude que precisamos ter para achar Deus, o verdadeiro Deus. Começamos onde as “Bem-aventuranças” começam: “humildes de espírito”. Precisa haver um reconhecimento e uma declaração de que nossas almas são vazias sem um Deus vivo. Sem orgulho, sem defesa, sem qualquer necessidade de nos justificarmos a nós mesmos ou de apontar nossos dedos a alguém, ou de nos compararmos com outras pessoas, ou elevar as coisas boas que fizemos ou as coisas que conhecemos. Estamos simplesmente com os nossos rostos no chão diante de Deus. Este precisa ser o começo—pobreza de espírito e reconhecimento da nossa necessidade do Deus verdadeiro. É uma tentação estufar o nosso peito com coisas sobre Deus. Há “fome” na terra—este é o diagnóstico.
O que é essa fome? Simplesmente isso: não estamos vivendo em verdadeira Revelação. “Não havendo revelação o povo se corrompe”. Deixe-me dizer isso ainda de outra maneira. Muitos ainda não tiverem uma descoberta de Jesus de Nazaré aos olhos do coração, que é inabalável, tangível, que dá Vida e é *Real*. A coisa verdadeira não pode ser tirada de nós, não pode ser arrancada a pancadas, alguém não pode nos convencer de algo diferente. Os desapontamentos não a diminuirão (José na prisão), o sucesso não a corromperá (Davi no trono). Não podemos ser abalados porque é tão real quanto a nossa existência—e muito mais digno de confiança do que esta. Sabemos disso. É um sentimento interior do Filho de Deus que veio libertar os cativos e remover os pecados de Seu povo. Revelação firme como a rocha no coração, que não veio de carne e sangue (algo que simplesmente ouvimos de outro ser humano mortal e sobre o que decidimos a favor ou contra).
A apatia irá te MATAR, devo acrescentar, se estiver faltando Revelação em sua vida. “Bem, eu não sei se tenho isso ou não. Parece que são só palavras”. Se em sua vida há um tom só de palavras, isto é uma boa prova de que você não tem verdadeira revelação que o Pai tem dado a você. Os dois homens na estrada para Emaús disseram: “Não estavam queimando os nossos corações dentro de nós, enquanto ele nos falava no caminho?” Se você tiver uma verdadeira revelação de Cristo no homem interior, certamente conseguirá identificar-se com minhas fracas palavras que descrevem revelação do Filho de Deus. Sem dúvida poderá adicionar suas próprias palavras: “Não somente isso, mas isso também!” Irá sentir a vibração de uma freqüência que é ressonante em seu homem interior. “Não estavam queimando os nossos corações dentro de nós enquanto ele nos falava no caminho?!” Esta é uma marca de verdadeira Revelação. A intenção disso não é insultá-lo, mas compelir todo aquele que quer Ele—A Realidade—desesperadamente! Ter honestidade sobre sua verdadeira condição, “pobre em espírito”, é sempre o ponto de partida.
Eu nunca vou ter nada no Reino de Deus se não tenho a honestidade suficiente para começar com humildade e dizer: “Eu não tenho isso”. Eu preciso me esvaziar de qualquer orgulho e auto-justificação e dizer:
“Não é quem eu sou—‘alegria indizível, e cheia de glória’—não. ‘Paz de Deus que excede todo entendimento—também não; ‘poder de uma vida indestrutível?—outra vez, não. Do seu interior ‘fluirão rios de água Viva’?—não está acontecendo. Não consigo verdadeiramente me identificar com estas coisas. Estou desesperado para recebê-las e prefiro morrer a não ter estas Promessas se realizando em mim. Jesus é verdadeiro e tudo que Ele disse e tudo que Ele fez foi verdadeiro e justo. Eu me recuso a aceitar qualquer tipo de engano. Não vou tolerar qualquer imitação de ‘Vida Plena’—‘Cem pais, mães, irmãos, irmãs, terrenos e bens nesta vida, e, na vindoura, Vida Eterna’. Quero aquilo que é real ou prefiro morrer. Viver para os meus desejos é ser como Paulo descreveu: ‘ainda que estou vivo, estou morto’. Eu só posso aceitar como padrão para minha vida o seguinte: ‘Nele vivemos, nos movemos e existimos’”.
Esse tipo de atitude é aquele que Deus sempre quis e o único que Ele aceita. E é por causa disso que tão poucas pessoas realmente foram cheias pelo Espírito (além daquilo que caracteriza muito do mundo carismático hoje). Ser saturado pelo Espírito de Cristo—O Deus Vivo, sobressaindo do caráter de um homem para brilhar como as estrelas do universo: isso é ser cheio do Espírito. Outras coisas são acessórias a isso, porém a muito pouco do que é autêntico hoje em dia. Poucos são os que estão dispostos a começar com humildade e dizer: “Estou ‘pregando’ há 20 anos, sou um Crente há 30 anos, ou sou um diácono, etc., mas não sei de nada. Não tenho experimentado Cristo, só conheço coisas sobre Ele”. Isto é o começo—uma fome profunda, grande e consumidora por aquilo que é genuíno, e uma honestidade em admitir que não experimento isto, se isso for o caso.
E então, como é que ajudamos uma pessoa a sair do ponto A e chegar ao ponto B? Converse com ela exatamente sobre estas coisas; atice o apetite dela para Realidade. Chame-a para buscar isso. Deus está procurando com força e diligência em todo o mundo por alguém que Ele possa encher com o Seu Espírito. Ele procura por aqueles em que Ele possa permitir que o Espírito do Seu Filho amado trabalhe sem interferência e sem mácula. Ele acha poucos dispostos a pagar o preço que o Seu Filho pagou—a reputação de um canalha. Ele acha poucos dispostos a abraçar a Cruz—então Ele não pode investir o Seu Espírito neles. Estas são as Verdades que eu iria implorar que alguém considerasse se eu o visse preso entre a vida e a morte. Seriam essas as coisas que eu iria insistir com alguém se fosse óbvio que a pessoa estivesse em séria necessidade de uma Revelação verdadeira de Cristo, que carne e sangue não a revelou, mas o próprio Pai tem revelado.
Tendo então recebido essa compreensão, talvez uma pessoa ainda decida encarar a sua necessidade de uma revelação de Jesus com apatia. Talvez o obstáculo que impeça essa busca com vigor seja o orgulho, ou o preço pessoal que iria pagar (sua reputação, salário, seja lá o que for que iria custar-lhe para buscar uma revelação de Cristo). Se a maneira dela encarar a preciosa Palavra de Vida na questão de sua necessidade de Revelação do Céu for esta, então temos um problema. Uma Revelação pessoal é a única coisa sobre a qual a Igreja é construída—tudo o mais é areia. Então, se uma pessoa carente da Vida de Cristo se recusar a “desejar intensamente o leite espiritual puro como criança recém-nascida”, temos pouca abertura para continuar ou até começar qualquer caminhada com ela. Se tentarmos construir sobre qualquer outra coisa a não ser uma Revelação pessoal do Cristo de Deus, estamos basicamente investindo numa casa que irá cair. A casa que ficará de pé é aquela construída somente de Pedras Vivas, que possuem uma revelação do Filho de Deus. Estas pessoas *desejam* “colocar em prática” Suas palavras (Mt 7) porque O vêem como Rei e O *experimentam* como Rei. Outros talvez creiam em Suas palavras de maneira externa, mas raramente as colocam em prática porque não “vêem Aquele que é invisível”. Esta casa está construída na areia. Não devemos participar da construção de uma casa que está construída em algo que não seja uma verdadeira revelação de Jesus.
No cristianismo como um todo, temos construído a nossa comunhão através dos anos por meio de vários grupos religiosos (escolha o seu) em torno de um sistema de crenças. Se todo mundo basicamente concorda comigo, ou se todos gostam do pastor, ou se todos gostam do estilo de louvor, ou se o edifício religioso fica perto de casa, ou tenha sido a denominação que meus pais fizeram parte: “Então vou ficar por aqui. Não está lá “grandes coisas”, mas está bom. Além do mais, somos todos humanos, não é? Há muitos caminhos para chegar no topo da montanha”.
Infelizmente, “um pouco de fermento leveda a massa toda”. Se uma igreja ou comunidade é construída sobre algo menos do que cada indivíduo tendo uma revelação de Cristo (ou que está desesperado para ter uma, e não está apático) haverá problemas sérios pela frente. Não pode haver comunhão aberta e nem receptividade num relacionamento em que a base seja algo menor do que cada pessoa, pessoalmente, ter um encontro com Deus. E SIM, isso definitivamente é aplicável até para os relacionamentos familiares! Temos uma nova família e um novo Pai, se é que já nascemos uma segunda vez.
Falava ainda Jesus à multidão quando sua mãe e seus irmãos chegaram do lado de fora, querendo falar com ele. Alguém lhe disse: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo”.
“Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?”, perguntou ele. E, estendendo a mão para os discípulos, disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos! Pois quem faz a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
É ÓBVIO que podemos ajudar e nos interessar por aqueles que não irradiam Jesus porque não andam com Ele face a face. Isso é, entretanto, diferente de comunhão aberta. SOMENTE podemos ter comunhão com Jesus na mesma medida que uma pessoa “vive, move-se e existe Nele”. Isso define o tanto que podemos entregar os nossos corações a ela em comunhão. Não dá para descrever a você a dor no coração que me causou e o tempo que foi perdido quando pensei que podia construir de outro jeito. Construir com qualquer uma daquelas outras coisas que mencionei antes—personalidades, estilos de louvor, credos, amizades, conveniência, etc…construir de qualquer outra maneira causa um número infinito de problemas, assim como machuca o coração de Deus.
Se uma pessoa está desesperada para ter uma Revelação ou está andando numa revelação de Jesus, isso vai transparecer pela qualidade sobrenatural quando conversar com ela. Irá te surpreender! Você não ouve apenas clichês e tolices superficiais desta pessoa. Deixe-me usar a oração como exemplo. Quando alguém está numa rotina de conversa com Deus caracterizada por um tom e conteúdo previsíveis, temos uma ilustração da falta de revelação de Deus. Se eu tenho um relacionamento verdadeiro com você, não vou dizer a mesma coisa toda vez que te vejo. Não posso. Então se Deus é real—andando em Revelação—é a mesma coisa. Eu não diria para o meu pai terreno: “pai, isso; pai, aquilo; pai, aquilo outro; pai, pai, pai…___” então como poderia ser tão vazio com meu Pai no Céu? Isto é, se Ele for real para mim e eu tenho um diálogo contínuo, então até a minha “oração” (uma palavra que não precisava ser tão religiosa) vai ter certa vitalidade que irá surpreender um observador qualquer. Quando estamos nos relacionando com uma pessoa, ao invés de um conceito, há uma qualidade na conversa que a distingue como um relacionamento verdadeiro. A pessoa que afirma: “intercessão é a coisa principal”, está expressando uma posição de alguém que não conhece Deus, e sim um conceito. “Intercessão” não quer dizer nada, realmente. Por favor, não me interprete mal, Jesus nos ama e quer que falemos com Ele e com Seu Pai sobre os nossos interesses mútuos; *essa* é a questão. Ele. O primeiro é religião, que é centralizado no homem. O segundo só pode ser experimentado por meio de uma revelação que vem do Pai. Eu sei que é uma distinção sutil, mas penso que está na hora do Povo de Deus ir além da religião (no sentido dela ser centralizada no homem) e achar Jesus. Muitas pessoas estão desesperadamente necessitadas Dele, e não de coisas “sobre” Ele!
Precisa haver revelação Dele como pessoa para o nosso coração. Estas coisas não são misteriosas. São óbvias. Se uma pessoa está ardendo para ter uma revelação de Jesus, ou se no momento ela está andando nessa realidade, podemos construir juntos. Se não, pouco importa se são muito educadas, quão sacrificiais elas são, quão pouco trabalho elas dão, ou quão espirituais são suas palavras, quão legais elas são, ou há quanto tempo você as conhece. Elas podem dar seus corpos para serem queimados e dar todos seus bens para os pobres, no entanto não há maneira de imitar algo quando não é genuíno. Se as qualidades de Deus que não podem ser alcançadas e mantidas por simples esforço humano não estão fluindo Dele, então não há nada.
Este é o significado de Jesus em João 15 quando ele disse aquelas palavras dramáticas: “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, vocês não podem fazer coisa alguma… Se alguém não permanecer em mim, será como o ramo que é jogado fora e seca. Tais ramos são apanhados, lançados ao fogo e queimados… Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos”. E de novo: “disse ao que cuidava da vinha: ‘Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra?’ Respondeu o homem: ‘Senhor, deixa-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei. Se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a’.”
Como podemos então nos sentir à vontade para continuar a investir indefinidamente naqueles que obviamente não permanecem Nele e nem dão o Fruto que vem Dele? Temos liberdade de escolher quem pode “inutilizar a terra” que Ele escolheu para multiplicar a Sua Vida? Somos mais “misericordiosos” e “pacientes” do que Deus para poder ignorar os Ensinamentos de Jesus? É claro que precisamos ver as coisas como Jesus as vê e saber que Ele ama mais do que nós jamais poderíamos amar. Estas coisas, por mais difíceis que pareçam, são para a Sua Glória! Ele conhece o que está dentro de um homem e vê do começo ao fim. Se permanecermos Nele e seguirmos Sua liderança, podemos confiar NELE que iremos testemunhar muitos Filhos chegarem à Glória. Iremos participar da igreja que Ele está edificando—uma igreja contra a qual as Portas do inferno não podem mais prevalecer. Não estamos fazendo um favor a NINGUÉM quando construímos “fogo estranho”, e passamos por cima dos ensinamentos de Jesus. Ele não precisa de nós para fazer o favor de aumentar os números para Ele num domingo! (A Rocha que os *construtores* rejeitaram tornou-se a pedra angular. Isso é mais difícil para aqueles que têm orgulho investido no sistema ou um salário em jogo. Os *construtores* são os que mais irão sentir o peso de como Deus constrói.) Eu sei que tudo isso requer muita oração. A Casa de Deus é “edificada com Sabedoria”. Por favor, eu imploro…por causa do que Jesus merece, leve tudo isso para o seu lugar secreto de oração.
Considere outra vez, se não há esta *surpreendente* qualidade divina interior num homem, que só pode ser obtida por uma revelação de Jesus; se não há uma Vida de Jesus que é frutífera e patente, eles *não podem* estar permanecendo Nele. As portas do inferno irão eventualmente prevalecer. Se eu fixar meus olhos Nele, *serei* transformado em Sua semelhança de glória em glória. Se eu não estou vendo Vida numa pessoa, então não é possível ter comunhão aberta com ela, e ela não pode estar no meio de um corpo de Crentes de maneira plena. Eu só posso ter comunhão na medida em que Jesus é manifestado do seu homem interior! Se ela não tem comunhão aberta com Deus, então eu não estou livre para oferecer comunhão aberta com ela—não faz sentido. Precisa ser Vida verdadeira, ou é só religião.
Isso é fundamental para a sua habilidade de se relacionar com os outros na igreja, e para como trata com problemas quando estes surgem. Não há uma pergunta mais importante e fundamental do que esta: O que significa que a igreja só pode ser edificada sobre uma revelação de Cristo, que veio diretamente do Pai? Esta é a única casa que Jesus vai construir, e a única que as portas do inferno não podem saquear.
Por que você iria construir uma casa se soubesse que ela seria desapropriada no mês seguinte? Por que iria fazer isso? Por que iria construir uma casa num barranco sabendo que no mês seguinte haverá uma enchente? Nenhum tolo iria construir uma casa, consciente de que ela seria destruída num futuro próximo. Nós temos certeza, baseados na autoridade de Jesus de Nazaré, que a casa será destruída, se não for construída primordial, única e fundamentalmente nesta questão: todos tendo sua própria revelação da essência de Jesus—que carne e sangue não revelaram. NINGUÉM os convenceu por meras palavras. Mas, ao invés, eles pessoalmente viram Deus. O Pai, Ele próprio, interagiu com eles e eles testificam isso sem receios. Eles têm um relacionamento com o Pai. Nenhum humano simplesmente passou conceitos para eles, que por sua vez abraçaram como seus conceitos e é só isso que têm. Não! É algo verdadeiro. Se for algo diferente do que essa Revelação verdadeira, então a casa irá cair e as portas do inferno irão prevalecer.
A “igreja” da qual fazemos parte, construída sobre qualquer outro padrão de Vida no dia a dia, será de pouca influência para derrotar o Inimigo. Ficará cheia de fermento que levedará a massa INTEIRA, e o Testemunho ficará cheio de mistura e será impotente. Irá ter “rachaduras” de tal modo que muitos “pequeninos” simplesmente passarão por elas, despercebidos, porque os programas foram insuficientes contra a guerra do inimigo. É por causa disso que esta questão (a base aceitável para tornar-se “membro” de uma igreja e de qualquer outra comunhão aberta, é SOMENTE uma revelação verdadeira, de Jesus, no homem interior, em cada indivíduo) é tão básica, fundamental e importante para nossos futuros juntos.
Por que você acha que Jesus disse que esta Revelação seria a Fundação sobre a qual Ele construiria a Sua igreja e mesmo assim tudo isso quase nem é comentado hoje em dia, tampouco colocado como base de ação? Certamente o próprio satanás se opõe violentamente à ÚNICA coisa contra a qual o inferno não pode resistir—um Padrão em que *cada pessoa* tem uma revelação da Vida de Jesus. Um “bom contexto social”, “ótima pregação”, “adoração poderosa e inspiradora”, “doutrina sólida”, etc…só enchem a barriga, oferecem uma falsa segurança (mesmo que estas coisas sejam boas quando *definidas corretamente*) e serão apenas motivos de riso para satanás. O inferno há de prevalecer dentro de tais igrejas edificadas de maneira imprópria sobre a areia do fundamento errado. Casamentos fracassados ou miseráveis, crianças rebeldes, jovens problemáticos ou cheios de pecado, mundanismo entre os adultos…estas coisas e muitas outras haverão de marcar as tentativas de qualquer “igreja” ou “comunidade” quando são edificadas sobre qualquer outra base. Todo homem, mulher e criança que “associam-se” ao Corpo de Jesus *precisam* viver dentro de uma revelação pessoal do Cristo de Deus, ou desesperadamente buscar ter uma revelação a qualquer preço. Como já disse, podemos estender a mão para outros—aqueles que não estão vivendo com Jesus no mundo invisível, porém não podemos entregar nosso coração a eles numa amizade ou comunhão que nos comprometeria. Nem podemos considerá-los como parte da assembléia local de Crentes.
**Pergunta: Como podemos ajudar uns ao outros? Eu sei que esta revelação não é algo que acontece apenas uma vez. Eu sei que é algo que temos inicialmente, e depois continuamos cultivando. Como podemos ajudar uns aos outros a tirar as vendas dos olhos e continuar tendo uma visão clara e viva de Deus?
Bem, parte disso, como você sugeriu, é manter nos nossos olhos desvendados e ajudar uns aos outros a arrancar as ervas daninhas. Nossa inabilidade de ver Deus é, muitas vezes, o resultado de más sementes que temos semeado. Simplesmente arrancar as ervas daninhas deixará a terra vazia e sujeita à próxima variedade de ervas daninhas. Se o Cristianismo, ou o relacionamento entre nós, constitui-se simplesmente em arrancar ervas daninhas nas vidas uns dos outros, vamos acabar tendo uma tarefa incessante, com resultados limitados. Poderia ser caracterizada como religião falsa. Arrancar ervas daninhas não é a única coisa que se exige de nós para ajudar uns aos outros a conhecer Ele de maneira real. Entretanto, se uma pessoa está vivendo com determinados vícios em sua vida, determinadas atitudes, determinado sistema de prioridades, certa maneira de gastar seu tempo e suas afeições; estas coisas definitivamente irão roubá-la do seu futuro. Precisamos deixar estas pessoas conscientes disso. Isso faz parte do papel que exercemos um com o outro.
Com certeza: “Encorajem uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama ‘hoje’, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado”. Vai precisar fazer isso todos os dias. Com certeza ajudem-se uns aos outros a desarraigar essas coisas que podem ofuscar revelação, mas as entendam nestes termos. São coisas que ofuscam revelação e não coisas erradas que precisam parar de fazer. São coisas que ofuscam revelação. Se perdermos de vista a razão pela qual estamos ajudando a arrancar essas ervas daninhas, vamos apontar para um caminho de religião ao invés de revelação de Jesus. Nunca vão ter algo, sempre será insustentável. Sempre vão precisar de muletas—pessoas ao seu redor constantemente ajudando-os a arrancar ervas daninhas. E nunca passa disso. Se você já tentou não deixar mato crescer num terreno onde não tem nada crescendo, vai saber o que estou dizendo. É só isso que vai fazer! E nem é possível. Alguns podem, por engano, colocar ênfase no ato de arrancar mato. Arrancar ervas daninhas é essencial, é crucial, mas somente com o objetivo de trazer Revelação.
Precisamos sempre tomar cuidado com o modo como dirigimos nossas palavras aos outros sobre as “ervas daninhas” em suas vidas. Aponte uns aos outros verticalmente! “Você reconhece sua necessidade de um Pai em sua vida? E que você não pode tê-lo se continuar a viver dessa maneira?!” É muito diferente do que dizer: “Você precisa parar de fazer isso. É pecado, então pare”. Muito diferente. Em um dos casos, ervas daninhas são arrancadas, e no outro, os obstáculos são eliminados para que possam ver Jesus. Você claramente identificou o obstáculo como algo vertical porque você o apontou para Jesus. “Olha só o que você poderia ter se não estivesse se alimentando com todo esse outro lixo (que não vai te satisfazer). Você poderia ter ‘Aba’ como seu Protetor, seu Guia, Ensinador e como o Amor da sua vida. Poderia ter um relacionamento de amizade com o Criador das galáxias, assim como Abraão teve—se não estivesse saciando sua carne com todo esse lixo. O seu coração tem um espaço limitado. Jesus disse que se você preencher seu coração com lixo, não vai ter espaço para Ele. Estas foram as Suas palavras. Então pare de preencher seu coração com tranqueira; eu te imploro para abrir espaço para Jesus!” Fazendo isso, estamos preparando-os para uma Revelação, ao invés de fazer com que eles parem de cometer aquele pecado.
A coisa que estamos tentando inculcar um no outro (e sempre vai ser assim) é a certeza de que sabem aquilo que poderiam ter num relacionamento com o Pai, Filho, e Espírito Santo. Peça, insista, implore a todos para deixar de lado as coisas que nos embaraçam tão facilmente. Paulo disse: “Eu sei que vocês caem nesses pecados com facilidade, mas, por favor, deixe de lado esse entulho! Está estragando a sua capacidade de ter comunhão com Deus, e se ainda não percebeu, pecado não satisfaz a longo prazo” (Rm 6:21). Fazendo assim estaremos apontando-os a Deus de maneira real e pessoal em tudo que dizemos e fazemos; não de forma sentimental, mas de um modo relacional e realístico. Assim, torna-se uma questão deles estarem dispostos a querer Jesus, a pessoa, ao invés de sua própria carne, bem-estar ou interesses próprios.
“Mas quando alguém se converte ao Senhor, o véu é retirado. Ora, o Senhor é o Espírito, e onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade. E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito.”
Como vimos no ensinamento de nosso irmão Paulo em 2Coríntios 3, se contemplamos Ele, então estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a Qual vem do Senhor, que é o Espírito. Dois versículos antes, ele diz: “mas quando alguém se converte ao Senhor o véu é retirado”. Estamos chamando outros para “converterem-se ao Senhor” para que o véu que os separa de Deus lhes seja tirado. Tentar encarar o Pai por qualquer outro meio, além de uma Revelação do Seu Filho, vai ser rejeitado diante Dele. Através de uma revelação no homem interior podemos na verdade “contemplá-lo”. O Espírito do Senhor traz liberdade a nossas vidas e somos “transformados de glória em glória”. O processo então é de ajudar outros a rejeitar o véu da cegueira para então contemplá-lo. Ajude-os a saber que podem virar-se de rosto cheio para a pessoa de Jesus mesmo em meio a suas circunstâncias. Esta é a nossa razão de viver, é por causa disso que existimos—em tudo ajudar esse processo a progredir. Isso bate forte de frente com religião, que é somente fazer coisas boas ou não fazer coisas más. A Árvore do Conhecimento (a Árvore das coisas externas), sejam elas boas ou más, ainda leva à morte. Vamos atrair uns aos outros à Árvore da VIDA.
**Pergunta: “Sei que devemos encorajar uns aos outros para que possamos ter uma revelação contínua de Cristo. Eu quero isso, mas sei que nem sempre é o caso. Houve tempos em que Deus revelou partes diferentes do Seu Caráter, mas revelação contínua—isso é possível? Quero andar em obediência e comunhão com Deus todos os dias, mas essa questão de revelação clara eu não sei se tenho ou não. Já houve momentos quando senti que Deus mostrou claramente um aspecto do Seu Caráter que me deixava atônito. Mas acho que iria ficar boquiaberto o tempo todo se isso fosse contínuo. É incrível só de pensar…”.
É possível, mas suponho que precisamos voltar a definir os termos mais uma vez. Encontros com Deus que radicalmente expõem áreas de nossa vida e radicalmente nos ensinam áreas do caráter de Deus e Seus caminhos não vão ser, necessariamente, uma ocorrência 24 horas por dia. Experiências de adoração com amor profundo por Jesus e Seu Pai, com grande emoção, provavelmente não sejam nossa experiência 24 horas por dia. Tomando por base as cartas que os Apóstolos escreveram ou o Santo registro dos Evangelhos e do livro de Atos, não há razão para pensarmos que os Apóstolos viveram num espírito de êxtase o tempo todo. Entretanto, ouve algo a que Pedro se referiu, uma frase que ele usou: sendo “conscientes de Deus”. “Porque temos uma consciência de Deus, fazemos isto e aquilo”, Pedro dizia. Isto faz parte de uma revelação de Jesus, que vem do Pai. Muitas pessoas vivem suas vidas inteiras consumidas com suas próprias tarefas e deveres e depois lembram de “orar” antes de comer. Talvez nem façam isso em lugar público, como num restaurante, por exemplo, com a desculpa de estarem sendo “discretas”. Algumas dessas pessoas—se são boas nisso—oram antes de fazer uma decisão de negócios. Talvez orem antes de dormir, se conseguem manter os olhos abertos o tempo necessário. Isso não é consciência de Deus. É algo bem longe da realidade de uma comunhão com Deus e de uma consciência Dele vindo de um coração que “vê” Ele—ou seja, Revelação. Enquanto é verdade que Deus traz eventos de revelação em nossa vida para nos mostrar áreas do Seu caráter e das nossas carências, e também para nos mostrar uma visão do nosso futuro e do corpo de Cristo, isto não é o que necessariamente constitui a revelação que Ele tipicamente traz aos Santos todos os dias. Se tudo isso fosse uma dieta constante estaríamos espatifados o tempo todo. E talvez nos últimos dos últimos dias haverá mais de Deus Se expressando desta maneira, o que seria até bom. Mas há um aspecto da revelação de Deus que é irrevogável para cada filho de Deus, se é que estamos ligados ao Cabeça, e isso é uma “consciência de Deus” contínua.
Indo mais fundo ainda na questão, já faz um bom tempo que cantamos “Ao Teu lado quero andar…” não é? Há um reconhecimento de Deus que sabe que não estamos sós. “Não os deixarei órfãos”, Ele disse. A natureza da Nova Aliança é: “Eu estive com vocês, e estarei com vocês. Faremos a Nossa habitação em você e vamos aprender a aplicação prática disso juntos”. Há uma consciência de Deus, não dividimos a nossa vida em departamentos, mas somos conscientes Dele e isso faz parte da definição da Revelação que Ele está construindo sobre a terra. Esta parte da revelação é 24 horas por dia. Eu não faço nada sem Ele mais, e nem penso em fazer coisas sem Ele. Eu PERMANEÇO Nele, e Ele em mim. “Pois Nele vivo, movo, e existo”.
Não estou mais desligado, lá longe no meu próprio mundo, em algum lugar, e depois lembro de orar. O meu “centro de gravidade” está no Céu e eu sou um peregrino aqui, um forasteiro e estrangeiro. Eu nem “falo a mesma língua” dos nativos deste planeta, cujo “pai é o diabo” (se realmente não nasceram uma segunda vez). Mas é impossível “esquecer” de ter comunhão com o nosso Pai. Ao invés disso, você se pega dizendo “Até já” ao invés de “amém” porque o seu relacionamento é tão real que você esquece de ser religioso por um momento. Você é tão ciente Dele que é um relacionamento como seria com outra pessoa. Não de uma maneira casual ou frívola, não quero dizer isso, porém com muita reverência e respeito, ciente que Deus é o amigo que coloca a mão no seu ombro e diz: “Levante-se, Eu estou contigo, estou do teu lado, vamos fazer isso juntos”. É esse tipo de coisa que não iria nos deixar de boca aberta e arrepiados o tempo todo, mas com certeza afetaria a maneira como pensamos, o que vemos, as nossas conversas, e as escolhas que fazemos.
Como isso iria mudar a maneira que participamos nas conversas mais triviais! Estaríamos atentos e teríamos uma consciência de Deus, uma revelação de Jesus, até numa conversa simples com alguém. Iria de alguma maneira manifestar uma sensibilidade que outros não manifestariam. Você iria “ouvir” a atitude da outra pessoa, você iria considerar quem eles são no Espírito, iria ver a face de Deus na questão da conversa. Para alguém andando em Revelação que carne e sangue não revelou, cada coisa que acontece e cada conversa é uma dica sobre a vida espiritual. É o trabalho que está diante de nós, para Ele. A vida não é uma série de eventos e circunstâncias não ligados um ao outro, mas tudo nos dá direção no Espírito sobre onde devemos ir com a nossa vida agora, ou como devemos nos relacionar (ou não) com uma pessoa, como melhor encorajá-lo em Cristo. As coisas mais triviais são dicas porque estamos conscientes de Deus. Há uma revelação Dele que faz todas as outras coisas parte de um contexto maior, ao invés da brincadeira da bolinha e da concha: “em baixo de qual Deus está?” A maioria das pessoas, francamente, vive desta maneira porque não querem “tomar posse” do Pai das Luzes para receber Revelação, então Cristo nunca é “formado neles” (Gl. 4:19).
De uma maneira prática, essa Revelação pode mostrar-se em vários aspectos. Como já sugerimos uma revelação verdadeira do Filho que foi derramada pelo Pai nem *sempre* irá se expressar de uma maneira super carregada de emoção fazendo o coração disparar em seu relacionamento com Jesus. Entretanto, sempre vai se expressar em Realidade. Haverá, como já dissemos, uma constante “consciência de Deus”, “mesmo não o tendo visto, vocês o amam; apesar de não o verem agora, exultam-no com uma alegria indizível e gloriosa!” Se tivermos uma Revelação de Cristo vinda do Pai, vivemos em doce conhecimento de que a nossa “vida não é nossa”. Ele não vai nos deixar e nem nos abandonar. Ele veio para fazer Sua morada em nós (João 14) e sentimos essa realidade enquanto passamos os nossos dias. Não estamos sozinhos. Ele me ama e eu sinto o Seu Amor (Rm 5:5, 8:15-16). “Não estou sozinho!”
E mais, uma Revelação resultará, quanto mais sentimos Seu amor e Sua Santidade, numa consagração e obediência a Ele que não se parece nem um pouco com obedecer a uma “lista de regras” em nosso coração. É porque simplesmente O amamos. É o que NÓS queremos para Ele. Não precisamos, como participantes da Nova Aliança de Deus, do nosso vizinho continuamente dizendo: “Conheça o Senhor! Conheça o Senhor!” Por que não precisamos de alguém nos obrigando a obedecer a Jesus, se estivermos em Revelação? Porque todos nós “O conhecemos, do menor até o maior”. Se sentirmos que estamos cercados pelas expectativas dos outros, se sentirmos a pressão do que devemos ou não fazer, é bem provável que não estamos vendo Jesus por Revelação vinda do Pai. Se nos pegamos com freqüência “sentindo meio perdidos” quando os outros nos falam dos Caminhos de Deus—ou se estamos constantemente “sendo observadores” do lado de fora—ou em necessidade de correção ou falta de Sabedoria vez após outra, estamos precisando urgente de uma Revelação de Cristo. As portas do inferno NÃO prevalecem quando temos uma verdadeira Revelação e as nossas vidas são construídas nessa Rocha do conhecer o Filho no homem interior.
Geralmente alguém pode perceber quando uma pessoa está andando em revelação (ao invés de alguém que está honestamente desejando, mas ainda não está andando nisso) pelo seu discernimento. Há uma falta de discernimento patente até entre pessoas de bom coração que estão vivendo no plano terreno ao invés de “com Ele assentadas nos lugares celestiais em Cristo Jesus” e “considero a ninguém mais do ponto de vista humano”. Elas talvez estejam prontas para se relacionar com alguém, digamos um visitante de uma outra cidade ou país, ou com alguém que tem um programa de rádio ou com um autor que diz coisas interessantes. Ele será um herói para elas e as influenciará tremendamente sem que elas conheçam a vida daquela pessoa. Há uma ingenuidade que vem com uma falta de revelação de Cristo, onde alguém dá crédito ou dá seu coração num nível superficial. “Levado e agitado pelo vento,” Paulo diria, “sem um conhecimento íntimo ou pleno do Filho de Deus” (Ef 4:11-16). Ou estas pessoas às vezes são críticas de tudo num nível superficial. Poderia ser um ou outro, dependendo se são otimistas ou pessimistas. Mas o fato é este: a pessoa que realmente tem visto Deus e está andando com Deus vai ser uma pessoa com discernimento.
“…ninguém conhece as coisas de Deus, exceto o Espírito de Deus. Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente. O homem que não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente. O homem espiritual discerne todas as coisas, mas ele mesmo por ninguém é discernido;”
“Mas qual deles esteve no conselho do Senhor para ver ou ouvir a sua palavra? Quem deu atenção e obedeceu a minha palavra? Mas se eles tivessem comparecido ao meu conselho, anunciariam as minhas palavras ao meu povo e teriam feito com que se convertessem do seu mau procedimento e das suas obras más.”
Aqueles que estiveram na Presença de Deus terão o Seu Coração para discernir e mudar o mundo ao seu redor! Aqueles que não estão andando com Ele em Revelação nem vão notar e nem se sentirão motivados a participar. Há simplesmente algo no homem interior que nos permite sentir o que Deus sente quando estamos vivendo pelo Seu Espírito. Discernimento é uma marca de Revelação. Nós, como Jesus, não estamos mais limitados “à visão dos olhos e ao ouvir dos ouvidos”.
“Não estavam queimando os nossos corações dentro de nós enquanto ele nos falava no caminho?” Os dois na estrada para Emaús sabiam quem era esse jovem, mesmo que não O tivessem reconhecido com seus olhos físicos. Havia uma prova que vinha de dentro deles. João se referiu a isso em 1João 2 (escrito 60 anos após Pentecoste para Crentes normais) onde ele diz: “vocês têm uma unção que é verdadeira e não falsa”. “Eu não preciso te dizer como deve avaliar um homem se ele está ou não andando com o Deus Verdadeiro (o contexto). A unção sobre você irá te ensinar estas coisas. Se você escutar, se prestar atenção, se buscar a Deus nisso, então Ele te mostrará o que realmente está ali”. Uma pessoa que não está andando numa revelação de Cristo poderia se entregar a quase tudo num plano superficial. E mais, se você estivesse discutindo algo que requer discernimento espiritual com uma pessoa sem Revelação (não dando importância a quão espirituais aparentam ser externamente), “seria loucura para eles”, Paulo disse, ou “legalismo”. Por exemplo: possivelmente estejam envolvidos numa amizade que talvez não devessem estar investindo o coração. Um descrente se entregue, se liga e tem comunhão com um filho do diabo. Se fosse trazer isso para eles, a tendência é que eles não iriam entender porque você estaria dizendo aquilo. Aliás, é bem provável que iram te acusar de se meter na vida deles. Isso é um pouco da tensão que surge quando vivemos na velha aliança onde um homem precisa estar sempre dizendo ao seu vizinho, “Conheça o Senhor! Conheça o Senhor!” Se tentamos construir sobre boas intenções, credos, ou qualquer tipo de coisa externa, estaremos violando o Coração de Deus e abrindo a porta para problemas maiores. Esta é uma das razões porque SOMENTE aqueles com Revelação que vem direto do Céu podem ser considerados parte da assembléia dos Crentes. Não podemos oferecer uma comunhão total e aberta àqueles que não chegaram a encontrar Deus no homem interior. Só podemos oferecer-lhes o mesmo nível de comunhão que já é a sua experiência atual com Jesus. Somos, afinal de contas, *Seu Corpo*, não uma instituição religiosa que marca reuniões uma ou duas vezes por semana para celebrá-lo e propagar Seus ensinamentos.
A intenção de Deus é que vivamos a nova aliança pelo Seu Espírito. Uma pessoa que está andando numa revelação, consciente de Deus, com sobriedade em plenitude diante de Deus—aquela pessoa há de discernir, “conhecer” e será capaz de guardar seu coração assim como ajudar os outros. “Mas Jesus não se confiava a eles, pois conhecia a todos”. Uma pessoa que tem Cristo reinando em seu homem interior não vai despejar seu coração tão fácil porque está totalmente ciente das astúcias de satanás, e tem habilidade para “farejá-lo”, assim como seus estratagemas.
“Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir não somente o bem, mas também o mal.”
O inimigo se “disfarça como um anjo de luz. Seus servos fingem que são servos da justiça”. Há um senso do mundo invisível entre aqueles que vivem no Reino da Luz ao invés de religiosos entre o reino dos homens. Aqueles que andam com olhos abertos, em revelação, percebem como satanás faz as suas jogadas. Ter uma consciência de Deus implica e gera também uma consciência do mundo das trevas. Não tem como ver luz sem reconhecer escuridão. As duas coisas vêm juntas. Eu vou proteger meu coração, se já vi Cristo, também vou ter um senso claro daquilo que seria um falso Cristo. Não seria ceticismo, ou julgamento. É um coração guardado. “Quero ver esta inquietação do meu espírito resolvida—quero saber se esta pessoa também achou o Cristo Vivo antes que eu entregue o meu coração a ela em comunhão”.
Num filme recente, pelo nome de “Abraão”, há uma cena (que faltou talvez colocar a importância de Melquisedeque) em que Melquisedeque e Abraão se encontram que tem algo de especial. Abraão começava a dizer uma sentença: “Eu conheço o Senhor e eu…” E Melquisedeque completava… “O adoro”. Isso aconteceu várias vezes. Não foi por nada então que Abraão ficou com um grande sorriso no rosto. Sara complementou: “Você achou alguém que te entende!”, que, aliás, foi um eufemismo de grandes proporções. Enquanto completavam as sentenças um do outro, havia um reconhecimento de revelação mútua de Deus que não precisava e nem poderia ser ensinada! Havia uma unção que era real e não uma farsa. E de fato, a evidência dessa unção mútua era o fato que eles podiam completar as sentenças um do outro. Isso era uma demonstração de certa maneira, uma prova que a unção era autêntica. “E você…” “…O adoro”. O que é esta palavra “adorar?” Quem é que usava esta palavra afinal de contas? Eles podiam entender essa palavra porque os dois haviam encontrado o mesmo Deus. E você O serve, O obedece, e você sacrifica animais a Ele? NÃO. Você O adora. Como você chegou a conhecer esta palavra, Melquisedeque? Você só pode conhecer esta palavra se você encontrou o mesmo Deus. Esse tipo de “surpresa” é muitas vezes uma prova de autenticidade, para então darmos o nosso coração a alguém (sendo que mais importante ainda é sentir o “Espírito” de um homem além de suas palavras).
É assim que a igreja é edificada. É construída sobre nada menos do que este testemunho de Revelação que absolutamente NÃO PODERIA ser falsificado ou papagaiado pelos homens. A verdadeira igreja é edificada sobre nossa habilidade de confiar os nossos corações para aqueles que podem terminar as nossas sentenças. “E você…” “…O adora”. É isso. Se não for construído sobre isto, então não é a igreja. É só uma imitação de isopor baseada em idéias, tradições dos homens, atos religiosos, programas e palestras. As portas do inferno hão de prevalecer se a construção estiver sobre algo menos do que essa habilidade (só para usar essa idéia mais uma vez) de completar as sentenças uns dos outros. Encontramos o mesmo Deus indefinível e impossível de descrever, que carne e sangue não nos revelaram. Não foi emprestado de uma revista evangélica ou um livro de Billy Graham, Bispo Macedo, Silas Malafaia…ou de um programa de rádio. Nós O achamos. Ele é nosso amigo.
Não vamos supor que temos algo só porque sabemos tudo sobre Ele, ou porque obedecemos tudo que Ele falou. Vida tem tudo a ver com Revelação de um Deus Vivo! Abraão passou por falhas e Deus ainda o considerou como o nosso “pai” por causa de algo que ele *tinha*. Sucesso em toda área de sua vida não era sua marca, mas ele *tinha* algo que Deus considerou como sendo aquilo de mais valioso. Era a mesma coisa que Davi *tinha*. Sucesso em toda área de vida não era algo que ele podia gabar-se. Mas havia algo que ele tinha que fez com que Jesus foi chamado “Filho de Davi”. O Filho de Deus foi também o Filho de Davi. Algo que Davi *tinha* fez dele “um homem que agradou Deus”. É este “algo” que eu estou tentando levantar como sendo a chave que abre toda a vida cristã. É por isso que estou tentando desesperadamente colocar isso diante de você como sendo a necessidade inegociável para qualquer habilidade de dar seu coração a alguém, andar e construir juntos numa igreja ou ter “comunhão”. Esta é a coisa que não podemos negociar, é impossível de descrever, isto é, a capacidade de completar as sentenças uns dos outros. É baseado num encontro com Deus, e não palavras distantes (veja Jeremias 23). Deus rejeita tudo que não for verdadeira Vida reveladora: somente isso é substancial, real e digno aos Seus olhos.
Uma Revelação verdadeira terá um senso de grandeza que a acompanha: Sua Plenitude, Suas Promessas, Seu Reinado, Sua Volta. Iremos “discernir o Corpo”, a Vida de Jesus em Sua igreja, quando temos Revelação verdadeira Dele. Não podemos continuar a dizer “não preciso de você”, ou viver de uma forma que não seja mutuamente dependente uns dos outros e um sacrifício pela Noiva que Jesus está preparando para trazer a Ele. DIARIAMENTE!!! Não podemos ter O Cabeça sem o Corpo. Procure esta devoção à Vida de Cristo em Seu Corpo, numa maneira diária, se é que alguém tem uma Revelação de verdade. Jesus ainda tem a mesma atitude que sempre teve: “O zelo pela tua CASA me *consome*!” Aqueles saturados com Ele sentirão o que Ele sente. A verdadeira revelação do Pai de Jesus vai se manifestar de maneiras surpreendentes.
Agora, eu não estou tentando colocar isso lá longe, fora do seu alcance; pelo contrário, eu estou tentando fazer com que você busque a única coisa que é real, e não se deixe satisfazer com nada menos do que isso. Não tente construir sobre algo que não seja nascido “de Deus!”—que não é baseado em decisão humana, ou vontade de um marido, ou descendente natural. Qualquer coisa edificada sobre boas intenções, mas que verdadeiramente não cabe na descrição de ser algo que carne e sangue não pode revelar…irá ruir, desmoronar. As portas do inferno hão de prevalecer. Não edifique sobre areia.
Por favor, considere tudo isso. Não rebaixe o padrão de Jesus e nem tente construir com algo menos do que Jesus. A Revelação de Cristo é o único denominador comum—sem simpatias carnais. Não pode ser algo além da revelação que o próprio Pai nos deu. Alguém até pode usar os melhores pedreiros, encanadores, eletricistas, carpinteiros, e a melhor mão de obra, mas se a fundação for areia, não importa quantas horas foram gastas naquilo por pessoas competentes—tudo vai por água abaixo. Só você pode realmente tomar esta decisão de que não vai aceitar qualquer coisa menos do que uma revelação de Cristo, em sua vida e na vida daqueles ao seu redor, ou da igreja a qual você faz parte. Ninguém deve se considerar parte do seu grupo de Crentes se não houver uma Vida sobrenatural jorrando deles, uma que o Pai deu àquele com um coração humilde e faminto. Não estou recomendando que alguém faça um tipo de processo de julgamento, mas estou simplesmente dizendo que a igreja é edificada somente sobre um reconhecimento interno daquilo que é de Jesus. É abraçar essas coisas e ao mesmo tempo se distanciar daquilo que é só religião ou boas intenções. Esteja certo que este é o seu compromisso com Deus (talvez você nem saiba sempre como agir nisso, ou o que é, mas sabe pelo menos, que é um compromisso diante de Deus) que esta é a única maneira que você quer que a Casa seja edificada. Implore a Ele continuamente por Sabedoria em como edificar dessa maneira, e como ter a coragem de não aceitar nada menos do que isso.
“Pois nós somos o templo do Deus vivo, como o próprio Deus já disse: ‘Eu vou morar e viver com eles. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo’. E o Senhor Todo-Poderoso diz: ‘Saiam do meio dos pagãos e separem-se deles. Não toquem em nada que seja impuro, e então eu aceitarei vocês. Eu serei o pai de vocês, e vocês serão meus filhos e minhas filhas’. Meus queridos amigos, todas essas promessas são para nós. Por isso purifiquemos a nós mesmos de tudo o que torna impuro o nosso corpo e a nossa alma. E, temendo a Deus, vivamos uma vida completamente dedicada a Ele.”
“Porem, se andamos na luz, como Deus está na luz, *então* estamos unidos uns com os outros, e o sangue de Jesus, o seu Filho, nos limpa de todo pecado.”
“E peço ao Deus do nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai glorioso, que dê a vocês o seu Espírito, o Espírito que os tornará sábios e revelará Deus a vocês, para que assim vocês o conheçam como devem conhecer. Peço que Deus abra a mente de vocês para que vejam a luz dele e conheçam a esperança para a qual ele os chamou. E também para que saibam como são maravilhosas as bênçãos que ele prometeu ao seu povo e como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos nele. Esse poder que age em nós é a mesma força poderosa que ele usou quando ressuscitou Cristo e fez com que ele se sentasse ao seu lado direito no mundo celestial.”
“O que eu peço a Deus é que o amor de vocês cresça cada vez mais e que tenham sabedoria e um entendimento completo, a fim de que saibam escolher o melhor. Assim, no dia da vinda de Cristo, vocês estarão livres de toda impureza e de qualquer culpa. A vida de vocês estará cheia das boas qualidades que só Jesus Cristo pode produzir, para a glória e o louvor de Deus.”
“Por esse motivo, desde o dia em que ficamos sabendo de tudo isso, nunca paramos de orar em favor de vocês. Pedimos a Deus que encha vocês com o conhecimento da sua vontade e com toda a sabedoria e compreensão que o Espírito de Deus dá. Desse modo, vocês poderão viver como o Senhor quer e fazer sempre o que agrada a Ele. Vocês vão fazer todo tipo de boas ações e também vão conhecer a Deus cada vez mais. Pedimos a Deus que vocês se tornem fortes com toda a força que vem do glorioso poder dele, para que possam suportar tudo com paciência. E agradeçam, com alegria, ao Pai, que os tornou capazes de participar daquilo que ele guardou no Reino da luz para o seu povo. Ele nos libertou do poder da escuridão e nos trouxe em segurança para o Reino do seu Filho amado. É ele quem nos liberta, e é por meio dele que os nossos pecados são perdoados.”
“E isso aconteceu a fim de que agora, por meio da Igreja, as autoridades e os poderes angélicos do mundo celestial conheçam a sabedoria de Deus em todas as suas diferentes formas. Deus fez isso de acordo com o seu propósito eterno, que ele realizou por meio de Cristo Jesus, o nosso Senhor. Por estarmos unidos com Cristo, por meio da nossa fé nele, nós temos a coragem de nos apresentarmos na presença de Deus com toda a confiança.”
“E a vida eterna é *esta*: que eles conheçam (tem intimidade) a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo.”
“O Senhor é o Messias, o Filho do Deus vivo.”
“Jesus afirmou: ‘Simão, filho de João, você é feliz porque esta verdade não foi revelada a você por nenhum ser humano, mas veio diretamente do meu Pai, que está no céu. Portanto, eu lhe digo: Você é Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e nem a morte poderá vencê-la.’”
-MHP
1994