O Guia do Apóstolo Paulo Para Discipular Cristãos Carnais
Como você trataria um irmão ou irmã que já é um Cristão há algum tempo, mas ainda tem problemas com vícios e não refreia os impulsos carnais? E com irmãos que discutem um com o outro, e, acredite ou não, até processam um ao outro? Vale lembrar que o segredo para o sucesso de Paulo não foi tanto o que “ele fez”, mas muito mais “quem ele era”. O que é necessário para que VOCÊ seja um vaso útil pelo qual Deus possa trabalhar para trazer um milagre na vida de alguém?
4/8/1986
Abril, 1986
Ninguém iria discutir que era um “caso perdido”. Tentar ajudar um grupo como aquele pessoal de Corinto se tornar maduro em Cristo? Impossível. Aquela cidade imoral perto de Atenas era conhecida no mundo inteiro pela sua decadência bêbada. E a “igreja” lá? Bem… houve casos de sucesso magnífico1 mas ainda tinham muito refugo em esconderijos. O que fazer? O que Paulo faria com as notícias de Cloe dizendo que as coisas não estavam muito bem na igreja de Corinto?
Como você trataria um irmão ou irmã que já é um Cristão há algum tempo, mas ainda tem problemas com vícios e não refreia os impulsos carnais? E com irmãos que brigam um com o outro, e, acredite ou não, até processam um ao outro? O que vamos pensar daqueles que ainda estão tão insensíveis a imoralidade sexual que decidem ignorar esses casos ao invés de se opor a eles? Como você trataria um irmão ou irmã com problemas desse tipo? Seria duro? Excluiria eles? Ficaria na sua e “não perderia seu tempo”?
Paulo, sem dúvida, sentiu na pele algumas dessas possibilidades.
É muito importante prestar atenção—o que Paulo fez… funcionou! Dentro de seis a nove meses depois que ele levantou a questão, ele pôde escrever para eles e dizer: “Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito,” “todos vocês foram obedientes”, “Alegro-me por ter plena confiança em vocês”, “eu estava orgulhoso de vocês, e vocês não me decepcionaram” (2Co 7:11-16). Isto é sucesso fenomenal!
Vamos considerar este assunto de fazer de homens e mulheres que ainda estão espiritualmente fracos ou até carnais discípulos de Jesus. Agora, é importante lembrar enquanto você lê e ora sobre estas palavras da vida do apóstolo Paulo que, não foi tanto o que “ele fez”, mas muito mais “quem ele era”. Por isso você vai descobrir que a maioria das mudanças talvez precisa ser feita na sua própria vida se quiser ser um vaso útil pelo qual Deus possa trabalhar para trazer um milagre na vida de alguém.
Não há nenhuma fórmula, só a habilidade de Deus de criar do nada, de trazer vida da morte. Muitas vezes Deus vai permitir que a pessoa com quem você está orando e “ensinando a obedecer” os mandamentos de Cristo, seu “Lázaro”, ficar no fedor da morte por um bom tempo para que seja bem claro a incapacidade do homem em ressuscitar alguém dos mortos. Deus deleita-se em trazer glória ao Seu nome tirando a pedra que está em frente dos nossos mausoléus ornamentados e cumprindo o impossível em nossas vidas. Não existe uma fórmula mágica, só o EU SOU. Sua missão, se a aceitar, é fazer do seu coração um veículo para o Deus Eterno em misericórdia e poder.
Então, qual é o coração do apóstolo Paulo em como lidar com um irmão ou irmã que ainda vive buscando os prazeres deste mundo?
Manda Bala! Né? Desce o porrete!
É verdade que Paulo tratou severamente com “qualquer que, dizendo-se irmão, mas que seja imoral, avarento, idólatra (de trabalho, bens, recreação ou família), caluniador (alguém “ajudando Deus” com sua crítica e reclamação constante), alcoólatra, ou ladrão” (1Co 5:11). Ele teve tal coragem e convicção da Verdade de Deus que podia dizer com ousadia: “Pois as reuniões de vocês mais fazem mal do que bem” (1Co 11:17). E “Irmãos, não lhes pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a crianças em Cristo” (1Co 3:1). Ele teve a coragem de se opor e admoestar toda desobediência e criancice perpétua. Sua utilidade para Deus será determinada pela sua disposição de pagar o preço em se posicionar e não frivolamente deixar homens e mulheres difamar o nome do Deus da Glória, negligenciar sua Santidade e presumir em Sua graça. Como Paulo nosso irmão, “um homem como nós”, devemos ter a ousadia de nos envolver.
Agora, antes de mergulharmos de cabeça nesta questão de “fazer a obra do Espírito Santo (encorajar, exortar, admoestar) uns aos outros todos os dias de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado” (Hb 3:13; 12:15), precisamos cuidadosamente examinar o coração de Paulo com a sua família em Corinto. É esse fator que realmente vale mais quando ajudamos outros crescerem nAquele que é o Cabeça.
Lembre-se, “vocês que são espirituais deverão restaurá-lo com mansidão” (Gl 6:1). “Espiritual” não quer dizer que você tem habilidade para liderar um estudo Bíblico ou porque homens te fizeram diácono ou porque você ganhou doze pessoas para Cristo no ano passado e nem porque você prega em seminários (ou na esquina) “muito bem”. Significa que você progrediu muito no caminho pouco andado de ser “conformado à imagem do Seu Filho” (Rm 8:29; 1Co 2:16). Você é muito parecido com Jesus em personalidade, pensamentos, paciência, oração, em ser servo para o menor dos seus irmãos e irmãs e em sua atitude para com bens materiais. “Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele deve andar como Ele andou” (1João 2:5-6).
O Espírito Santo diz: “Vocês que são espirituais (cheios do Espírito de Jesus) devem restaurar aquele que for surpreendido em alguma transgressão com mansidão”. A questão não é que você precisa ter um relacionamento perfeito com Jesus para discipular/disciplinar alguém. Mas é essencial que você examine o seu próprio coração primeiro, “tire a viga do seu olho” e tenha certeza de que você tem um coração que Deus pode usar para realizar milagres.
O coração de alguém que faz discípulos
Aqui temos o coração de Jesus numa pessoa chamada Paulo, um coração que Deus pôde realizar o impossível:
1
Por isso resolvi não lhes fazer outra visita que causasse tristeza. Pois, se os entristeço, quem me alegrará senão vocês, a quem tenho entristecido? Escrevi como escrevi para que, quando eu for, não seja entristecido por aqueles que deveriam alegrar-me. Estava confiante em que todos vocês compartilhariam da minha alegria. Pois eu lhes escrevi com grande aflição e angústia de coração, e com muitas lágrimas, não para entristecê-los, mas para que soubessem como é profundo o meu amor por vocês. (2Co 2:1-4)
Quando cheguei a Trôade para pregar o evangelho de Cristo e vi que o Senhor me havia aberto uma porta, ainda assim, não tive sossego em meu espírito, porque não encontrei ali meu irmão Tito. Por isso, despedi-me deles e fui para a Macedônia. (2Co 2:12,13)
Pois quando chegamos à Macedônia, não tivemos nenhum descanso, mas fomos atribulados de toda forma: conflitos externos, temores internos. Deus, porém, que consola os abatidos, consolou-nos com a chegada de Tito, e não apenas com a vinda dele, mas também com a consolação que vocês lhe deram. Ele nos falou da saudade, da tristeza e da preocupação de vocês por mim, de modo que a minha alegria se tornou ainda maior. (2Co 7:5-8)
Preste atenção nesse detalhe sobre um homem que Deus pode usar para transformar não meramente ações externas, mas corações—sim, era necessário confrontá-los, mas ele odiava fazer isto! Aquilo não trazia alegria para o seu dia e nem fazia o seu peito estufar. Sim, ele os repreendeu seriamente. Se lermos somente aquelas partes da sua carta, teremos a tendência de julgá-lo por ser uma pessoa severa e sem amor. Mas a verdade é que, se você pegar seus filhos brincando na avenida e não discipliná-los é uma prova que você não os ama (Hb 12:5-11). Entretanto, um pai amoroso (um líder em Cristo ou um irmão) odeia cada minuto da disciplina. Ele jamais poderia imaginar se gabando de como fez um bom trabalho corrigindo este rebelde. Provavelmente seria um segredo entre eles dois. Isto é amor (1Co 13:4-7).
Paulo foi praticamente devastado por este encontro com os Coríntios, mesmo eles sendo merecedores de tal repreensão. Mesmo que precisasse fazer isso para que tivessem comunhão com Deus e com os santos (IJo 1:3-7), um homem ou mulher de Deus vai odiar o pensamento da necessidade de confrontar um irmão peregrino (não importa o quanto parece que ele precisa disso). Paulo falou que foi “uma agonia” escrever uma carta para eles. Causou-lhe “grande aflição” e ele, literalmente, derramou “muitas lagrimas” enquanto tentou escrever esta carta de repreensão e instrução.
Lembre-se que foi dado a Paulo uma “porta aberta” para pregar o evangelho em Trôade (2Co 2:12). Mas ele ficou tão aturdido pelo receio que a família em Corinto rejeitaria a sua palavra, vinda do Senhor, o oráculo de Deus na sua carta (1Pe 4:11), que ele finalmente virou as costas para a “porta aberta” e decidiu procurar Tito para descobrir como eles receberam a sua advertência. Ele não teve “sossego” ou “descanso”. Teve “conflitos externos, temores internos e nenhum alívio,” e até se arrependeu de ter mandado a repreensão. Toda esta dor não cessou até que, finalmente, Tito transmitiu para Paulo que eles ainda o amavam e tinham “saudade e zelo” por ele ainda. O melhor de tudo isso é que a grande tristeza que a sua repreensão trouxe para os Cristãos em Corinto os levou a um maravilhoso arrependimento e foram “inocentes neste assunto” dentro de seis a nove meses depois de escrever para eles sobre seu mundanismo.
Esta é a questão: É obvio que não podemos ficar passivos enquanto outros estão colocando em risco o seu relacionamento com Deus e vendendo o seu Destino nEle. Mas, se nós podemos casualmente demolir alguém, até mesmo em relação aos pecados mais óbvios, sem chorar e sem nos angustiar, não estamos em posição de dizer-lhes sequer a primeira palavra. Examine o seu coração cuidadosamente. Se você não tem pelo menos um desejo de ter compaixão, então você não tem a permissão de Deus para falar, não importa se você está “certo” ou não. “Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada disso me valerá” (1Co 13:2). Amem?!
2
Invoco a Deus como testemunha de que foi a fim de poupá-los que não voltei a Corinto. (2Co 1:23)
Por isso resolvi não lhes fazer outra visita que causasse tristeza. (2Co 2:1)
Paulo e todo homem ou mulher que Deus vai usar sabe quando ser sábio e não forçar a barra. Paulo sabia que tinha muito para fazer nesta cidade pecaminosa e neste grupo de Cristãos imorais e mundanos.2 Ele também sabia quando morder a sua língua. Chegou um ponto que Paulo sabia que não deveria “exasperar seus filhos”. Ele decidiu não voltar e “fazer outra visita que causasse tristeza” mesmo que ainda não tinha recebido o recado que eles se arrependeram das áreas pecaminosas.
A moral da história é que pode haver coisas que poderíamos dizer, observações que poderíamos fazer sobre um outro irmão ou irmã—coisas verdadeiras e certas—mas pode haver ocasiões em que dizer uma única palavra a eles poderia ser pecado. Paulo sabia, assim como Jesus, e como nós precisamos aprender, que quando somos um com o Pai através de Jesus, não vamos falar sequer uma palavra por nós mesmos, nunca. (Jo 14:10-11, 24; 8:28-29; 17:21; Gl 2:20; Ef 6:19-20; Cl 1:9; 1Pe 4:11). Todas as coisas que são verdadeiras não são necessariamente certas e boas para serem faladas naquele dado momento. Se submeta a Deus para que você sempre faça o Seu desejo: para tratar da situação com amor agora ou aos poucos durante um período de seis meses ou nunca confrontar a pessoa, mas simplesmente orar continuamente que Deus use algum meio para ajudar eles a deixar o pecado. Você não é o policial de Deus. O nosso Deus é como qualquer bom Pai—Ele não vai ter outros disciplinando, ao acaso, os Seus filhos (Ob 1:12; Sl. 50:21-22). Há um tempo para repreender, possivelmente, em frente de todos os outros irmãos (Gl 2:11-14; 1Tm 5:20; At 5:1-11). Há também a hora de, quietamente, lavar os pés até de um ladrão conhecido, como Jesus fez, deixando Judas continuar como tesoureiro até o último momento. Enquanto você permanecer leal a Palavra de Deus e seu compromisso de representar o governo eterno de Deus, por favor, seja também bom, tolerante e generoso (Rm 2:4; 2Tm 2:25-26; 1Ts 5:14; Lc 6:37-38). Aprenda como Paulo a fechar a boca em certas ocasiões.
3
“Não que tenhamos domínio sobre a sua fé, mas cooperamos com vocês para que tenham alegria, pois é pela fé que vocês permanecem firmes.” (2Co 1:24)
“Quanto ao irmão Apolo, insisti que fosse com os irmãos visitar vocês. Ele não quis de modo nenhum ir agora, mas irá quando tiver boa oportunidade.” (1Co 16:12)
Observe este Apóstolo, cheio de poder, operador de milagres, que tinha visto Cristo e alguns anos depois foi transportado para o próprio céu (At 9; 22; 26; 1Co 15:8; 2Co 12:2). Até o próprio Apóstolo Paulo se recusou a colocar palavras na boca de alguém ou fazer as pessoas se conformarem a fazer as coisas da maneira que ele achava que deveriam ser feitas. Certamente os princípios de Deus nunca foram comprometidos (Gl 2:14; Tt 3:10; 1Co 5:9-13), mas a “mecânica” ou o “como fazer” nunca foram impostos. Isto é ilustrado acima quando Apolo se recusa seguir as instruções fortes de Paulo (1Co 16:12).
Considere também a forte advertência e o implorar de um reconhecido profeta de Deus pelo nome de Agabo junto com um doutor (que escreveu um Evangelho) chamado Lucas—foram recusados por Paulo (Atos 21:10-15).
O princípio é—não devemos impor regras feitas por homens em nenhuma área espiritual (“namoro”, shortes, cota de estudo Bíblico, etc…) não importa quão lógico aparentam ser. Nem Jesus se colocou como “Juiz” de coisas externas (Lc. 12:14). Como Paulo disse, regras “não tem valor algum contra a sensualidade,” elas só trazem “morte” e não têm nenhum poder para mudar o coração da pessoa, mas somente modificam as suas ações para se conformar ao padrão estabelecido (Cl 2:23; 2Co 3:6).
Porque Deus é o Juiz das intenções do coração, mesmo se as ações são boas (Mt 5:27-28), é insensato focar em mudança de comportamento. Paulo implorou com angústia aos Cristãos na Galácia: “Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?” (Gl 3:3).
Paulo lembrou os Corintios claramente que ele não tinha e não iria “ter domínio” sobre a fé deles, mas se ofereceu como um instrumento para eles gozarem e utilizarem em sua busca de uma fé mais profunda em Cristo e um andar mais completo nEle (2Co 1:24). Certamente “autoridade” não é uma idéia contraria à Bíblia (Hb 13:17, 7; 1Co 16:15-16; 2Co 13:10; 1Ts 5:12-13), mas o objetivo de qualquer pessoa investir nas vidas dos outros espiritualmente é ser uma ferramenta para elas acharem a sua própria fé, não um martelo para fazê-las a sua própria imagem, como os Fariseus fizeram (Mt 23:15). Certamente, seja para todos um exemplo claro para imitar (1Ts 1:6; 2:10, 14; 1Co 11:1; Fp 3:17, 4:9; 1Tm 4:11-16), mas lembre-se das palavras de Jesus: “Você não deixe ninguém te chamar mestre, pai, chefe (discipulador?, etc.) porque você tem UM—E TODOS VOCÊS SÃO IRMÃOS” (Mateus 23:5-12).
4
“Pois, se os entristeço, quem me alegrará senão vocês, a quem tenho entristecido? Escrevi como escrevi para que, quando eu for, não seja entristecido por aqueles que deveriam alegrar-me. Estava confiante em que todos vocês compartilhariam da minha alegria. Pois eu lhes escrevi com grande aflição e angústia de coração, e com muitas lágrimas, não para entristecê-los, mas para que soubessem como é profundo o meu amor por vocês.” (2Co 2:3-4)
“Concedam-nos lugar no coração de vocês. A ninguém prejudicamos, a ninguém causamos dano, a ninguém exploramos. Não digo isso para condená-los; já lhes disse que vocês estão em nosso coração para juntos morrermos ou vivermos. Tenho grande confiança em vocês, e de vocês tenho muito orgulho. Sinto-me bastante encorajado; minha alegria transborda em todas as tribulações.” (2Co 7:2-4)
“Eu lhe tinha dito que estava orgulhoso de vocês, e vocês não me decepcionaram. Da mesma forma como era verdade tudo o que lhes dissemos, o orgulho que temos de vocês diante de Tito também mostrou-se verdadeiro. . . . Alegro-me por poder ter plena confiança em vocês.” (2Co 7:14,16)
Você pode imaginar tendo “plena confiança”, tendo “muito orgulho”, sendo “bastante encorajado” e tendo “alegria que transborda” com um homem que se embriaga na ceia do Senhor e está cheio de si mesmo, de vanglória e de materialismo? Como que você se sentiria com uma pessoa assim? E com uma congregação que parece ser caracterizada por uma “espiritualidade” maravilhosa como esta? Você iria desistir e “sacudir o pó dos seus pés”?
Ou, ficaria completamente confiante que elas iriam dar meia volta e antes de ouvir que elas realmente desistiram de tais coisas poder exaltá-las diante de outras pessoas? (2Co 7:14-16). Se você tem o coração de Paulo, que freqüentemente teve o coração de Cristo, você não irá criticar e se queixar sobre as imperfeições dos outros—mas irá ter orgulho da sua família diante dos outros e ser inteiramente confiante do seu futuro. Deus faz uma boa obra! Como você está caminhando? Será que outros podem ver esta qualidade em você? Eu tenho “plena confiança” que irão!
5
Ora, é Deus que faz que nós e vocês permaneçamos firmes em Cristo. Ele nos ungiu, nos selou como sua propriedade e pôs seu Espírito em nossos corações como garantia do que está por vir. (2Co 1:21-22)
Ele os manterá firmes até o fim, de modo que vocês serão irrepreensíveis no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. (1Co 1:8)
Aqui está um cara chamado Paulo que teve a educação e experiência de um advogado, sabia as escrituras de trás pra frente, recebeu instruções pessoalmente do Cristo ressurreto, participou de numerosos milagres e trouxe milhares de homens e mulheres a Cristo (Fp 3:5; At 26:24; 23:6; 20:35; Gl 1:14; Rm 15:18-19). Mesmo com tudo isso, ele rapidamente reconheceu que ele como pessoa era incapaz de fazer qualquer coisa na vida de alguém.
Somente Deus pode criar, purificar e dar poder. Paulo dependeu de Deus para transformar suas palavras de pedras em pão de vida para seus irmãos e irmãs. Paulo sabia que somente Cristo podia realmente revelar o Pai e que somente o mesmo Deus que fez ele forte poderia tornar os outros fortes (Mt 11:24, 27; Fp 3:15; 2Tm 2:7; Cl 1:9-11; Ef. 1:17-19; 3:16-19; At 20:30-32; 1Jo 5:20). Ele entregou seus irmãos e irmãs inteiramente para Aquele que poderia os “manter firmes até o final” e “completar aquilo que Ele começou neles” (Hb 12:2,11; 13:20; 1Ts 5:23-24; 2Ts 3:3; Jo 3:21). O trabalho de Paulo era para fielmente plantar as sementes, regá-las e certamente fazer tudo no seu poder para dar a sua vida por eles (1Ts 2:8), mas ele humildemente reconheceu que a sua Teologia, argumentos, persuasão, ou retórica—nada disso podia fazer alguém mais maduro ou transformar a alma (Jo 1:1-12; Rm 12:3). A única coisa que ele podia fazer é carregar a semente da verdade num vaso de uma vida quebrantada e pura (2Co 4:6-7; 2Tm. 2:20-21) e orar para que o Senhor da Seara desse aumento nos corações abertos.
E para eu e você? Como poderia ser diferente? Vamos ser fiéis, cheios de fé, corajosos, implacáveis, puros como a ovelha preciosa—e em oração deitar os nossos fardos pelos irmãos aos pés do “Grande Pastor das ovelhas”. Ele vai “os aperfeiçoar em todo o bem para fazerem a vontade dele e operar em nós o que lhe é agradável, mediante Jesus Cristo…” (Hb 13:20-21).
6
O que se requer destes encarregados é que sejam fiéis. (1Co 4:2)
Nós somos loucos por causa de Cristo, mas vocês são sensatos em Cristo! Nós somos fracos, mas vocês são fortes! Vocês são respeitados, mas nós somos desprezados! Até agora estamos passando fome, sede e necessidade de roupas, estamos sendo tratados brutalmente, não temos residência certa e trabalhamos arduamente com nossas próprias mãos. Quando somos amaldiçoados, abençoamos; quando perseguidos, suportamos; quando caluniados, respondemos amavelmente. Até agora nos tornamos a escória da terra, o lixo do mundo. (1Co 4:10-13)
Porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de morte; para aqueles, fragrância de vida. Mas quem está capacitado para tanto? (2Co 2:15-16)
Não há dúvida que este nível de envolvimento corajoso na vida espiritual dos outros custa caro. Não há dúvida nenhuma que o preço para ser útil ao nosso Deus antes da Sua volta pode incluir ser tratado brutalmente, maldiçoado, caluniado ou até passar fome e sede (Lc 6:24-26). Não há dúvida que se somos “loucos por causa de Cristo” (ao invés de resolutos, convencidos ou uma franquia de maquinário religioso) iremos pagar um preço bem alto.
Você aceita, em termos práticos, de voluntariamente se tornar nada, “o lixo do mundo”? Se você tiver a coragem de se envolver no ministério de vida e verdades de Deus, certamente será um aroma suave para aqueles com bom coração. De igual modo, se você estiver realmente envolvido no Trabalho de Deus, você será o fedor da morte para aqueles com corações impenitentes. Custará também como custou o Filho do Homem. Como o poderoso apóstolo mesmo disse: “Quem é suficiente para tal coisa?!” Ele não foi leviano e nem nós deveríamos ser.
É algo incrível fazermos parte da guerra “contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais”. (2Coríntio10:3-4; Efésios 6:10-12)
Fale a verdade, quando você leu o título deste livreto pensou que iria encontrar uma formula capaz de tornar possível essa tarefa difícil de discipular Cristãos carnais a terem um relacionamento com Cristo, né? É a minha oração que você realmente reconheça que “o segredo” se acha somente em uma única coisa: Que o seu coração esteja escondido em Cristo e que você esteja disposto a até morrer pelo “menor destes”—“sendo ainda pecadores”. O seu coração é como o de Jesus: para redimir homens para Deus, mesmo com a sua própria vida se necessário. Eis o segredo. Faça disso o seu foco central, anseie o Deus da Palavra, a Viva e ativa Palavra de Deus, e o Povo de Deus; assim você não terá mais problemas que Paulo teve para discipular Cristãos carnais. Prepare o seu coração.
Enquanto que você toma passos firmes em dar a sua vida para o seu Senhor e para seus irmãos e irmãs, arrisque o impossível e o impopular e deixe ser dito de você nos céus, como também foi dito sobre um outro mero homem: (Atos 13:36)—“TENDO SERVIDO AO PROPÓSITO DE DEUS EM SUA GERAÇÃO…”.
1. (I Co 6:9-11)
2. Anotação: Lc 14:33; Lc 9:57-62; Mt 10:32-39; At 3:22-23 não são contraditórias a 1Co 3:1. A reação dos Corintios para verdade é a chave. Veja 2Co 7:8-16. A reação de um verdadeiro discípulo quando é confrontado com verdade—não é argumentar, ter mais três anos no estudo grego, e bocejar. Por favor, leia estes versículos cuidadosamente e descobrirá que é absolutamente impossível alguém que se chama de Cristão poder permanecer indiferente quando confrontado com a Palavra de Deus.